segunda-feira, março 21, 2011

Uma certa inaptidão para o amor...

Faz tempo que eu venho observando isso. Achei que fosse amadurecimento, mas estou chegando à conclusão que o que ocorre é um certo enrijecimento daquele músculo responsável por fazer o sangue correr por veias e artérias.

O fato é que cada vez menos eu sinto. Eu sinto muito pouco pelas pessoas que passam e se vão; pelas pessoas com quem compartilhei algum tipo de intimidade, eu sinto muito pouco por não ter alguém com quem eu precise de fato me importar, porque isso é foda.

É foda você ter que pensar no outro antes de fazer qualquer coisa. E se você aceita estar em um relacionamento, ou isso é automático, ou você é um grande egoísta. Egoísta eu não sou.

Eu sou carinhosa, eu sou generosa, eu sou divertida, eu sou inteligente, mas, porra, o meu coração não sente! E não é falta de coragem em gostar, em se abrir, é só uma certa vontade de que as coisas todas aconteçam sem que eu precise mover um único dedo.

A verdade é que o amor nunca bateu em minha porta, assim como quem não quer nada e, putz, dá uma preguiça absurda de se abrir pra isso, se envolver, não dar certo, terminar, se envolver, não dar certo, terminar, se envolver, não dar certo e terminar...

Não há músculo que aguente todo este movimento. Talvez ele precise de algum tipo de remédio, talvez ele preciso mudar de dona. O fato é que eu me sinto completamente inapta para o amor. Eu me sinto mal? Não. Eu tenho medo? Também não. Eu só me sinto estranha.

terça-feira, março 15, 2011

Sobrevivência...

Sobrevivemos à insônia, sobrevivemos à convivência familiar, sobrevivemos às frustrações, sobrevivemos a amores perdidos, ao filho que não pôde vir, sobrevivemos ao metrô lotado e sem ventilação todos os dias, sobrevivemos à espinha que da noite pro dia esculacha seu nariz. E eu, que sou tão a favor da vida, confesso que me dói demais ter que sobreviver a tudo isso!

sexta-feira, março 11, 2011

O mundo dá voltas e eu adoro...

Muitos dias sem escrever, mas muitas coisas para dizer! Estou feliz e isso já resume muita coisa. Feliz como há muito tempo não me sinto.

O que isso significa? Que as manias estão completamente fora do controle: compro sapatos, compro toalhas lindas e caras, compro coisas para uma futura casa que eu sonho e eu amo, amo cada coisa doida que me acontece!

Bom, primeira novidade boa é que estou trabalhando em uma revista, coisa que eu adoro. Quase tive um orgasmo quando peguei o bonequinho dela na mão, semanas atrás. É tão legal! A revista fala sobre engenharia elétrica - a gente escreve sobre qualquer coisa - e agora eu sei que raios nada mais são que descargas atmosféricas. Vivendo e aprendendo.

Semana passada, três anos longe de Sampa, encontrei um ex-chefe com que sempre houve um tesão reprimido - Freud explica. Eu estava passando a noite na gandaia da Augusta, resolvi descer até o Bar do Estadão e lá estava ele, matando um sanduíche de pernil às quatro da matina.

Ele me ofereceu carona, eu fui e foi legal. Foi bom porque era uma noite que eu não esperava nada, mas ai, ai o mundo estava lá no seu rotineiro movimento de rotação e translação e de repente ele te surpreende e te presenteia!

Sabe? Eu poderia ficar encanada, querer mais, ver de novo, mas foi um presente e não é mais especial curtir desta forma? Então eu simplesmente deixei que tudo acontecesse e, se tiver que se esbarrar de novo, o mundo está ai, só girando.

Também reencontrei um cara muito bacana com quem eu tenho uma relação de muito carinho, de falar um monte de coisas e sei lá, não rolar nada. Mas está bom assim, porque eu ando meio perturbada das ideias, então a gente sai, conversa, toma cerveja importada, fala de coisas legais e vai embora.

Tem também o Hermes que tem sido tão legal comigo e a gente passa parte do dia falando coisas que não vão fazer a gente chegar a lugar nenhum, mas mesmo assim a gente diz, porque é divertido.

Também tem o Joel, meu querido terapeuta que sempre dá as melhores definições sobre mim para eu mesma. Por exemplo, sobre eu estar um tanto quanto "dispirocada" e com vontade de beber o mundo. Joel, com toda sua sabedoria freudana disse que eu preciso ter um trilho, que na verdade eu tenho, mas no menor tilintar de música, do outro lado da linha, eu descarrilo. Foi ele também que disse que eu era uma princesa que tinha fugido do castelo.

Melhor que as definições dele, só a de uma preta velha que disse que meus pés estavam sempre na água e minha cabeça na lua. Ou seja, em um mesmo dia, eu pensava, fazia e sentida milhões de coisas diferentes. Ela estava certa, eu sou assim mesmo.

Bom, de novo à volta dos que não foram, há também o japa que diz que vai me engravidar - bom, primeiro ele precisa conseguir transar comigo, é só um detalhe - e o pessoal com quem eu andava, do Movimento Humanista que está reaparecendo, mas que eu não tenho certeza se estou preparada para voltar - isso talvez implique em rever o homem que mais me fez chorar na vida.

Mas ai eu penso nos tais movimentos da Terra, eles levam e trazem pessoas para nossas vidas. Faz com que revivamos situações, dá novos significados a lugares e pessoas e, principalmente, muda a gente.

Talvez este cara nem esteja mais envolvido com isso, talvez revê-lo não seja um baque. Apesar de o tempo ser o eterno retorno do mesmo, nós mudamos e isso é muito bom!