domingo, junho 24, 2007

Promessas ao vento

Havia prometido a mim mesma que não deixaria aquilo acontecer novamente. Eu nunca mais me permitiria sofrer daquela maneira. Não, aquilo não era pra mim. Paixão, amor estes são sentimentos pertencentes aos fracos. Eu sou a dona da razão, sou ela própria. Porém, com o tempo, abriu-se um imenso deserto dentro de mim, por mais que tentasse, nada, absolutamente nada era capaz de crescer ali. Então, pedi que o cosmo abrisse meu coração novamente, eu precisava senti-lo bater, pulsar. E mais uma vez, meu desejo foi atendido. E eu gritei, e chorei, e senti uma dor tremenda, e lembrei dos motivos que me lavaram à promessa - é doloroso demais realizar coisas com o coração, ser passional, não permitir que o tempo todo a mente te vigie e puna sempre. Estou preparada pra isso? Será que quero isso? Bem, eu costumava dizer que era a melhor dor do mundo, então vamos em frente com isso porque não sou mulher de muitas palavras e pouca ação, não sou eu quem diz coisas que não podem ser transformadas em realizações. Eu penso, falo e faço. No princípio era o verbo, no princípio era a ação, caminhemos de volta a ela então!

sexta-feira, junho 22, 2007

A vida é um cabaret

Coisas que não vou fazer porque arrumei um freela que vai me tomar muito tempo, mas que eu gostaria muito, muito de me dar de presente. Tem coisa mais despretenciosa que conseguir ir a um museu em plena segunda-feira à tarde ver Toulouse-Lautrec no Masp? Não, não tem. É a mais pura representação de que você pode ter uma vida hedonista, se você quiser! Sim, o pintor dos cabarés está lá, com toda sua oposição entre a vida da boemia e a tranquilidade de Paris. E eu aqui, postando e pensando em como eu teria gostado de viver naquela época. Ser uma puta, fumar, beber e morrer bem jovem, ou velha mesmo, mas como ótimas histórias para contar! Deus, transforme minha vida num cabaret, mas não me deixe morrer com a sensação de que eu não vivi o suficiente!

You are hot


Já diz seu Chico Buarque que "às vezes a gente se sente como quem partiu ou morreu", mas puta que pariu, como um "gostosa" no pé do ouvido, sem vulgaridade, acreditem, isso é possível, faz toda a diferença!

Pequenos desejos para uma sexta-feira...

- toda a leveza do mundo,

- conseguir viver o agora,

- recuperar a coragem da pessoa que tu sabe que já foi um dia,

- viver intensamente,

- paixão sem medo dos tombos que se pode levar no meio do caminho.

Como é que as pessoas permitem se estragar a este ponto?

segunda-feira, junho 18, 2007

Verdades difíceis de engolir

Olha, dizer que o mundo é injusto não é nenhuma novidade, mas eu juro que há dias que realmente a coisa é pesada e parece que você não dará conta de carregar o fardo nunca.

Então, para completar a sua miserabilidade, você pega a porra da linha Largo São Francisco - Grajaú lotada e começa a subir a merda da Brigadeiro Luis Antônio completamente congestionada. Em questão de segundos, sua mente transforma-se literalmente na oficina do Diabo. Primeiro você odeia as pessoas que estão sentadas e não se oferecem para segurar seus livros e caderno - sim, porque você não vai pra casa, mas pra aula ruim de antropologia; depois, você começa a enumerar as cagadas do dia: pegou ônibus errado para ir ao dentista, teve que pagar um táxi, desceu no ponto errado para ir ao novo trabalho, chegou no novo trabalho e não havia internet, ou seja, freelas parados! Mas você tentou, o tempo todo, desesperadamente, manter-se tranquila. Até que vem o famigerado telefonema da editora psicótica que assumiu o posto de outra e não parece feliz com a troca, dizer que você não havia entendido uma matéria que já havia sido aprovada, antes da vaca assumir o cargo.

Pronto, lá se foram todas as tentativas de manter a calma, de não se preocupar com os percalços porque eles existem mesmo, de respirar fundo, de não se desesperar, de não pensar em planos infalíveis para abandonar tudo, de achar que não dará conta do freela num evento que você adoraria participar, de ter que ser racional quando tudo que você deseja é sumir do mapa, de parar de desejar que alguém apareça em sua vida e responda a todas as suas perguntas de maneira que não se possa questionar nada, de parar de pensar que você precisa arrumar uma outra profissão porque esta sua é uma bosta, mas se dar conta de que você não se acha apta a fazer qualquer outra coisa! Mas principalmente, lá se vai a tentativa de acreditar que você ainda poderá viver num mundo mais humano.

E a porra da sua cabeça simplesmente te dá um segundo de descanso!

Obs: a tempo, tem coisa melhor nesta vida que gritar um belo PORRA quando se está a beira de um ataque de nervos? Olha, às vezes tenho a impressão de que esta é a única coisa que me impede de sair por ai caminhando, como o Forrest Gump, se bem que ele corria, e só parar quando encontrar a porra do fim do mundo!

sexta-feira, junho 15, 2007

A beleza salvará o mundo


Para Dostoiévski, a beleza poderia salvar o mundo! Salvar o mundo de quê? Fiquei pensando nas pessoas que são grosseiras a troco de nada; nas que insistem em entrar no vagão do metrô antes que as pessoas desçam - é preciso um mínimo de ordem, porra; em qum grita com uma criança quando ela faz qualquer pergunta que para um adulto pode até ser boba, mas para ela representa todo um mundo de descobertas e possibilidades; pensei no marido que bate na mulher; na mulher que não tem com quem contar para larga o salafra espancador; criança abandonado, no tráfico, cheirando cola; morrendo cedo, muito cedo!

Então comecei a pensar que em meio a tudo isso há dias como os de hoje, céu azul, sol, vento fresco, típico de outono; pensei nas vozes da molecada que estuda na escola em frente de meu apartamento - como gritam - quanta energia, quanto Eros em casa uma delas; então eu penso no prazer que é quando você simplesmente faz a coisa certa; no elogio de seu professor preferido; no cara que você mal trocou meia dúzias de palavras durante um ano e de repente é ele quem te dá uma das melhores noites da tua vida; penso num beijo bem dado; em pessoas trepando com vontade, sem medo de ser feliz e daí? Daí que Dostoiévski tem razão, só a beleza salvará o mundo porque quando se para e pensa sobre o que é bonito na vida, é impossível ser grosseiro, fechar os olhos aos horrores que são cometidos ao nosso redor, só pode se querer sair por aí e dar amor!

É, acho que um dos filmes do final de semana será Hair!

Aquarius - Hair

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius! Aquarius!
Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!Aquarius!
When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius!Aquarius!
Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!Aquarius!

terça-feira, junho 12, 2007

O mundo e seu maravilhoso caos


De repente você se vê sem dinheiro, tendo que ameaçar a gerente de seu banco a não cortar seu limite ou você corta os pulsos, doente, com febre e sem ninguém para te mimar - mimo é o mínimo que uma mulher precisa para se sentir bem-quista. Mas aí você começa a perceber mais de uma pessoa te olhando de um jeito diferente, você conclui que a febre deve ter acabado com os neurônios responsáveis pela sensatez, se é que existe isso! O bonitão fala que gostou de você e o bonitinho do sorriso lindo te dá um beijo, enquanto isso, o garotinho que você nunca havia dado trela te rouba um beijo na maior cara de pau e você pensa "deve ser a Parada Gay" não é possível!

Aí, você recebe duas propostas de emprego e dois freelas, todos para começar ou entregar na próxima segunda-feira. Você desacredita, mesmo assim aceita porque antes todas as mãos ocupadas que vazias. Então, você tem uma desinteria nervosa, percebe que seu cabelo está caindo demais, mas, porra, você tem opções, todas de uma vez, mas ainda assim são opções. Agora vem a pergunta que não quer calar "o universo nunca ouviu falar em um passo de cada vez"?

Tudo bem, assim também é gostoso!

quinta-feira, junho 07, 2007

Devaneios entre Freud e uma Alice desesperada

Coisas estranhas também acontecem com os psicanalistas e mesmo Freud sendo que é, não poderia fugir à regra. Certa tarde, uma Alice com os cabelos desgrenhados, rosto vermelho e lágrimas nos olhos adentra seu consultório, deita no divã e espera a pergunta...

Freud: o que houve?

Alice: perguntei ao coelho se ele me beijaria...

Freud: qual foi a resposta?

Alice: o sim mais seguro que já ouvi em minha vida.

Freud: e então?

Alice: pensei que somente o sim seria suficiente. Eu conhecia a resposta, mas queria ouvi-la. eu ouvi e quis mais, eu quis muito mais, mas ir até o final seria minha desgraça!

Freud: de onde vem tanta certeza?

Alice: de que ele não pertence ao meu mundo, nunca estaria comigo por inteiro e perder alguém que, por um certo tempo, fez eu me sentir alguém muito especial, mas que isso, dizer não foi muito difícil.

Freud: foi a melhor decisão?

Alice: ainda desejo, ainda quero, ainda fantasio, mas pela primeira vez permiti a mim mesma dizer não, porque dizer sim seria minha mais nova perdição, a repetição de algo que prometi a mim mesma não fazer mais, mas eu queria tanto.

Freud: então você conseguiu...

Alice: digo a mim mesma que sim, mas não me convenço. Porque acho que não lutei pelo que queria, mas o que eu queria não me faria bem. Ele é apenas o coelho correndo contra o tempo. E eu? Eu sou sua madame, seu brinquedo...

Freud: o que quer provar, Alice?

Alice: o que quero entender é a pergunta! Por que nos sentimos na obrigação de viver sempre no limite, intensamente, arriscando, mostrando aos outros e a você mesmo que tem poder? Por que a brisa suave não pode ser o caminho escolhido? Por que parecemos meio bobos quando escolhemos o caminho tranquilo? Quando escolhemos a proteção?

Freud: intensidade demais pode causar ataques cardíacos...

Alice: ufa, me livrei de uma!

sexta-feira, junho 01, 2007

Sexta-feira com Amélie Poulain

Sexta-feira, a cabeça ainda gira, o mal-estar é o suficiente para me impedir de pensar qua a partir de segunda-feira será a primeira vez, em seis anos, que não terei um emprego fixo. Espero o maldito montador do armário de cozinha chegar e ele nada, coloco o dvd da Amélie Poulain e tudo parece mais lindo do que nunca, enquanto isso, meu estômago avisa que existe e não há nada decente para comer. Os reflexos estão lentos, quero ser Amélie Poulain somente hoje, mas não sei, talvez ainda esteja bêbada demais para isso...