quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A vida no planeta está hostil

Anos aqui neste planetinha azul e nunca me senti tão ET como nos últimos dias. Pessoas bacanas perdendo a dignidade por porra nenhuma, minha chefe dizendo que meus pensamentos sobre trabalho e horário flexível são provenientes de uma mente ainda não "domesticada", e o meu terapeuta diz que a crise de hérnia de disco é um sinal de que eu não estou aguentando o peso do ambiente lazarento da empresa.

Valha-me, Deus. Por que me fizeste tão fora de ordem? Eu não poderia ser um pouquinho mais submissa? Só um bocadinho. O suficiente para me contentar com um emprego público e fazer a revolução não-violenta em paralelo? No fundo, tudo o que eu queria era uma vida menos ordinária, nada mais que isso!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Coisas boas atraem coisas boas, acho...


Tá bem, tá bem. Prometi a mim mesma que tentaria pensar em coisas boas e que as coisas ruins não me tirarariam tão do sério, por isso, estou meditando diariamente. Mas preciso fazer mais e não pode passar desta semana!

1) Preciso ver os filmes "Quem somos nós" e "Segredos": cansei de todos os amigos que viram olhar pra mim e dizer "mas é a sua cara, não acredito que ainda não assistiu!" Verei, prometo que verei.

- Vou melhorar as práticas meditativas, este mundo infernal não pode me derrubar, afinal, eu sou uma boa pessoa, porra!

- Tentar ver que as pessoas cuzonas são importantes nas nossas vidas para nos mostrar o que NÃO devemos fazer e ser!

- Ser mais tolerante com as pessoas cuzonas, afinal, elas devem ter problemas mal resolvidos com a fase anal, como explicaria meu amigo Freud, e, convenhamos, ter este tipo de problema deve ser foda de triste!

Por fim, textinho blogado pela amiga Flor de Lis e que acho que vale ser reproduzido!

"Prometa a si mesmo"
Ser forte de maneira que nada possa perturbar a sua paz de espírito.
Falar de saúde, felicidade e prosperidade a toda pessoa que encontrar.
Fazer os amigos sentirem que há alguma coisa de superior dentro deles.
Olhar para o lado glorioso de todas as coisas e fazer com que o otimismo se torne uma realidade.
Pensar sempre no melhor, trabalhar sempre pelo melhor e esperar somente o melhor.
Esquecer os erros passados e preparar-se para melhores realizações no futuro.
Ter tanto entusiasmo e interesse pelo sucesso alheio como pelo próprio.
Dedicar tanto tempo ao próprio aperfeiçoamento que não lhe sobre tempo para criticar os outros.
Fazer um bom juízo de si mesmo e proclamar este fato ao mundo, não em altas vozes, mas em grandes feitos.
Viver na certeza de que o mundo estará a seu lado, enquanto lhe dedicar o que há de melhor em si mesmo."

domingo, fevereiro 25, 2007

É muito rápido se tornar um filho da puta

Estou doente! Desde sexta-feira, meu problema de hérnia de disco vinha dando sinais de que eu travaria a qualquer momento. Well, o momento foi neste domingo. Sozinha, lá fui eu literalmente me arrastando a um pronto-socorro para poder ser atendida! O ortopedista deu uma bela de uma injeção, em meia hora a dor havia diminuído e já não andava como uma velha encurvada. Dois dias de repouso com atestado médico.

Ligo para a chefe e digo que não irei trabalhar nos dois próximos dias, preciso de repouso. Mas me comprometi a fazer o trabalho de casa. Ok, tudo bem. Algumas horas depois, recebo a ligação de que era melhor eu ir trabalhar porque eu já tinha uma falta "injustificada" e tudo o que ela tinha feito para não me descontarem o dia viria por água abaixo.

Desligo o telefone e sinto vontade de vomitar! Sinto nojo! Sinto raiva! Sinto que nesta bosta de mundo, as pessoas aprendem rápido a se tornar um belo filho de uma puta! Alguém que vive se queixando de sofrer assédio moral no trabalho, de repente, sem se dar conta, faz a mesma canalhice. "Não é prudente você faltar agora, mesmo doente. Vou te buscar de carro na sua casa".

Bem, infelizmente não é um carro que vai passar minha dor. Quem vai dar conta do desrespeito com que fui tratada? A vontade de mandar tudo às favas? A vontade de chegar no local e dar um belo troco à altura e a incapacidade que tenho para fazer isso, pelo simples fato de que eu trato as pessoas do mesmo jeito que gosto de ser tratada, com respeito, como o ser humano que sou!

Este mundo está me deixando cada vez mais cansada. Quero acreditar que há pessoas que merecem nossa confiança, nosso respeito, mas a cada rasteira, fica mais difícil acreditar que existem pessoas interessadas no bem estar uma das outras. Estou cansada!

Assédio moral
Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho.

O que é humilhação?
Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

O que é assédio moral no trabalho?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o 'pacto da tolerância e do silêncio' no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, 'perdendo' sua auto-estima.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Eu quero, mas não consigo


Alguns dias fora de órbita, passo para dar sinal de vida. Sim, os marcianos estão bem e mandam lembranças!

Mudei de casa e ela é linda, e tem quintal, e tem varanda e meu gato está desnorteado com o espaço.

Estou lendo "Travessuras da menina má", de Mario Vargas Llosa, isso tem me inspirado, mas não tenho tempo para escrever aqui, o que é uma bosta.

Por outro lado, estou escrevendo pra caralho no trabalho e para os freelas. A Telefonica cagou na minha linha, ainda não tenho Speedy, minha vida financeira está uma bosta, devo mais de três pilas no banco - aceito donativos - mas, porra, eu gosto do que faço e isso já é bastante coisa! É praticamente tudo. E tenho dito!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Doces lembranças


Estou com uma gripe medonha e uma infecção na garganta que, desde que me conheço por gente, sempre foi meu calcanhar de Áquiles. Lembro de ser pequena e minha mãe, várias vezes, sair comigo, de madrugada, atrás de médico porque a febre estava muito alta. Eu odeio ficar doente e, até hoje, quando a garganta fica infeccionada, preparo-me para o pior. Sempre é um sofrimento. Sempre tudo igual. Mas desta vez foi diferente.

Ontem, quando acordei sem voz, lembrei que nestas ocasiões, eu me matava de comer Danoninho e tinha que ser o que vale por um bifinho, do outro eu não gostava. A garganta ficava tão fechada que pouca coisa passava, e como eu estava doente, podia fazer certas exigências! Naqueles tempos, eu virava a verdadeira e única amiga do rei. Era o que me distraía, era a única coisa boa em meio à febre, tosse, dor, malemolência e estas chatices todas.

Pois bem, minha mãe, para melhorar a garganta, tinha o hábito de amarrar um lenço embebecido em álcool no meu pescoço, dizia ela que melhorava. Nunca achei fundamento pra isso, mas mãe é mãe e, mesmo depois de grande, ela continuava fazendo eu pagar este mico de andar com um lenço no pescoço. Detalhe, era lenço de assoar nariz, nada de cachemere que me deixasse ao menos chique!

Um belo dia, devia ter meus 14 anos, estava sozinha em casa, doente, com o bem dito lenço no pescoço, cara de quem havia morrido, mas tinham esquecido de enterrar, quando toca a campanhia. Levantei-me meio tonta e fui ver quem era. Nem era pra gente, o cara estava atrás da vizinha que havia ficado de vender umas rifas e queria deixar um recado, pois não havia ninguém na casa dela. Peguei o telefone dele, ele agradeceu com um "obrigada, broto".

Sim, uma gíria velha até mesmo para a época que eu tinha 14, mas caras, aquilo me fez tão bem, mas tão bem, que eu, completamente grogue de amoxilina, achei que aquele era o cara mais lindo e gentil do mundo.

Pois bem, entre ontem e hoje, todas estas lembranças voltaram na minha cabeça e foi como se eu estivesse ido até lá, até aquela época e voltado. Senti o gosto do Danoninho na boca, senti o rosto corar ao lembrar do "broto".

O Danoninho eu ainda posso comprar em homenagem aos velhos tempos. Quanto ao broto daquela tarde, ainda tenho fé de que existem por aí homens gentis capazes de fazerem com que a gente se sinta a mulher mais bonita do mundo, mesmo enfrentando um bando de vírus na na garganta!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Idéias para uma vida feliz

O miserê que se abateu sobre mim, desde dezembro, está fazendo com que eu tenha idéias bem bacanas. Se o sistema não me quer, sou eu quem vai deixá-lo, não é ele quem vai me colocar pra correr não!

1) Vou largar o emprego que me faz chorar cada vez que olho o holerite e penso nos meus anos dedicados aos estudos

2) Venderei todos os meus móveis e roupas caras, não precisarei mais deles pra nada

3) Devolverei o apartamento no treme-treme da Paim - sinto muito, mas não levo boas lembranças de lá, a não ser as três menininhas que amam meu gato

4) Voltar para a casa de mamãe

5) Não estudar mais, afinal tanto conhecimento não tem me servido para muita coisa

6) Não trabalhar mais, até que o emprego perfeito bata a minha porta

7) Enquanto isso, escrevo um romance sobre como não ser devorada pela porra do sistema!

Sim, sim, parecem-me boas decisões!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

A minha querida mãe

Hoje, fui almoçar sozinha, enquanto os colegas de trabalho se juntaram a um certo alguém para babar seu ovo!

Caminhei, fiz minha uma hora e meia de almoço em paz e inteira - coisa rara! Vi uns tapetes lindos para a nova casa, umas cortinas que o gato vai amar e para finalizar, meu decote foi elogiado por um transeunte.

Voltando para o local de trabalho, que ainda estava vazio - pessoal se matando na churrascaria - pensei com meus botões "sim, mamãe fez um bom trabalho. Eu sou lowprofile e me orgulho disso". Então, liguei pra ela e agradeci por ter feito de mim a pessoa que eu sou. Não sou grande coisa, mas sou inteligente, honesta, não faço mal às pessoas e, gente, eu sou out e uso chapéu!

Mamãe, obrigada por tudo!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Lindo, lindo, lindo


O que mais eu poderia desejar no dia de hoje, que acordar com um sol maravilhoso, um céu azulzinho e os termômetros marcando 28ºC às 9h30? Nada, mais nada! Isso basta pra me deixar completamente feliz!