terça-feira, março 27, 2007

Libere o surto que existe em você


Olha, quem não quiser ler até o fim este momento catártico, pode parar por aqui, porque hoje vou à forra!

A saga da minha vagina ensandecida continua! Ontem, surtei total ao perceber que o carinha gostoso da faculdade, com que tive um casinho ligeiro, no ano passado, e que me convidou para sair, este ano, pasmem, está de aliança de noivado no dedo!

“Deus, meu”! Esta foi minha reação quando vi a tragédia grega se armando na minha frente, sim, porque eu não tive como me conter e deixar de perguntar.

Acompanhem o diálogo!

Lola: Está noivo?

Ele: Pois é, você viu o que fizeram comigo?

Lola: Estou vendo...

Ele: Mas eu já disse a ela que isso não significa em hipótese alguma que vou me casar.

Lola: Nossa, coitada, vai assustar a menina...

Ele: Mas é verdade, eu só aceitei porque a mãe dela estava enchendo o saco.

Lola: Sei...

O que passava por minha cabeça durante as reticências?

Lola: Estou vendo ... (quer dizer então que aquela pessoa que você disse que apenas saía era na verdade sua namorada? Sim, porque ninguém fica noivo de uma pessoa com a qual está apenas saindo. Eu era a pessoa com quem você estava saindo, ela não, ela era namorada e você mentiu pra mim).

Lola: Nossa, coitada, vai assustar a menina... (não dou dois anos para você estar casado com ela. Posso até apostar com você, se quiser).

Lola: Sei... (cara, como é que um homem que sai comigo pode cair na pieguice de ficar com uma pessoa que, com todo respeito àquelas que gostam disso, é brega ao ponto de querer ficar noiva? Podem chamar de despeito, eu acho que está mais para um insulto sem precedentes em minha história!)

Caras, eu sou a mulher que o amigo dele chegou junto e disse “porra, que mulher que você tá saindo. Bonita, inteligente, super segura, sabe o que diz”!

Tudo bem, ainda na sala de aula, com vontade de vomitar e sem entender o motivo, porque nós não tínhamos nada sério mesmo, segui firme forte ouvindo a história dos índios Guaiaquius do Canadá!

Mas quando cheguei em casa, ela simplesmente desmoronou em minha cabeça. Tudo bem, eu sou a Lola, mas porra, corre sangue nas minhas veias!

Pensei em ligar para o psicólogo às 23h, mas lembrei que não tinha o número da casa dele e eu me recusava a pensar naquilo como uma emergência.

Então, recorri a minha boa melhor amiga, tão freakout quanto eu, Marcy!

Lola: Má, podemos falar? Eu não estou bem!

Má: O que houve?

Lola: Sabe fulano? Ele está noivo!

Má: Como assim?

Lola: Noivo, ficou noivo e veio me dizer que isso não significa que vai casar, que a sogra que estava implicando, que está difícil se acostumar a andar com aquilo no dedo...

Má: Ai, que brega!

Lola: Cara, eu só quero entender porque isso está me irritando tanto. Eu começo a me colocar no papel de personagens de filme, como a Julia Roberts, no “Casamento de Meu Melhor Amigo”, saca?

Má: Eu entendo

Lola: Então, tipo a Julia Roberts era de longe muito mais interessante que a Cameron Diaz, mas o maluco escolhe a loira boba alegre, ao invés da ruiva de cabelos cacheados inteligente. Que na verdade, somo nós. Eles sempre escolhem a opção mais fácil, mais simples (já me encontrava aos prantos).

Má: Ai, agora eu vou cortar meus pulsos.

Lola: E tem também os filminhos “Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr do Sol”. Tipo a Celine é quem faz a revolução na vida do Jesse. Em poucas horas ela simplesmente muda tudo. Ele vai embora e quando se reencontram, nove anos depois, Jesse está em Paris para lançar seu livro onde ela lê uma porrada de coisas que ele só pode ter tirado daquele encontro, mas o idiota estava noivo e de outra pessoa. Pior, isso não era a primeira vez que acontecia com a pobre Celine e ela lamenta porque, na verdade, ela apenas abria caminhos, novas possibilidades, mas ninguém tinha coragem de viver com ela, porra! Se eu fosse o Jesse teria escolhido a Celine de cara!

E isso já me aconteceu várias vezes. Tipo, não preciso citar nomes, mas que disseram que eu tinha mudado tudo, tinha dado esperança, tinha feito eles pensarem em várias coisas, ver várias coisas. Ah, vá, desde quando sou transplante de córnea? Eu sou uma mulher, saco!

Má: Cara, tem coisa mais brega que aliança?

Lola: Nem me fale. Eu vivi cinco anos com o F e nunca pedi isso a ele e nem ele pediu a mim. Casamento então, nem pensar!

Má: E eu que vivo há dez anos com a mesma pessoa e também nunca cogitei isso? Já parou para pensar que a gente pode parecer bem estranha para as pessoas?

Lola: Sim, uma amiga minha me disse isso no domingo. Falou que me achou super esquisita quando me viu a primeira vez, mas que agora me acha autêntica! Eu ainda ouço isso!

Má: Será que precisamos fazer mulherzices? Começar a exigir alianças?

Lola: Nunca pensei em casar em igreja e, se tivesse que fazer algo, seria no Templo Budista Ganden Ling, lá na Bocaina. Duas horas de caminhada a pé, sem contar a ida de carro. Só subiriam os que gostassem mesmo de mim. E não seria uma cerimônia de casamento, seria uma benção feita pelo monge, ao ar livre, com flores do campo por todos os lados, num final de tarde quente e depois cairia aquela puta chuva, mas a gente não precisaria correr, porque seria tudo muito simples, só a gente e a natureza e meu vestido vermelho, é claro!

Má: Cara, nós somos bizarras!

Lola: Acho que está passando tudo agora. Eu queria ter esculhambado ele, chamado de piegas, dito que ele casaria sim, mas foda-se! Não seria digno de uma mulher superior!

Má: Não, não seria.

Lola: Às vezes penso que a única pessoa que me enxergou como sou foi meu ex-marido, por que eu resolvi me separar?

Má: Só o meu me vê como sou também e eu insisto na outra história? Sabe o que vai acabar acontecendo?

Lola: Sim, mas não tenho coragem de dizer.

Má: No fim das contas é para o ex-marido que você vai voltar.

Lola: Talvez, tenho pensando muito neste assunto ultimamente. Não me sinto segura para isso nem sei o que sinto, sei, mas não admito. Só que para ele eu sou a Mulher Maravilha! Por que toda esta admiração não me basta? Que porra eu quero mais? Eu nem sei o que estou procurando.

Má: Nem eu...

Lola: Cara, então vamos dormir porque amanhã eu tenho uma super entrevista, minha terapia só é na quarta-feira e eu preciso guardar um pouco deste despeito, ou seja lá qual for o nome disso para Freud.

Má: Faça isso, Freud sempre explica tudo! A gente finge que ele não convence, mas sabemos que ele diz a verdade!

sábado, março 17, 2007

Jorge Furtado e sua Ilha das Flores


Vemos algumas coisas tarde demais, mas, às vezes, sentimos que apesar da demora, aquele era o momento certo. "Ilha das Flores", o curta de Jorge Furtado sempre foi muito comentado, mas só vi a primeira vez, há duas semanas, na aula de filosofia e veio para reafirmar o que penso sobre o cara: autor de "Meu tio matou um cara e “O homem que copiava" e "Houve uma vez dois verões", é um dos poucos diretores brasileiros que conheço e que sabe muito bem, como narrar uma história, mesmo que seja sobre um lugar tão triste, onde homens precisam comer as sobras do que dão a porcos.

Impressões sobre ilha e flores

Em “Ilha das Flores”, a primeira coisa que chama a atenção é a forma narrativa fragmentada e que, aos poucos, mostra-nos a condição humana: somos homens com tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, completamente desumanizados pelo capital, pela mercadoria, pelo sistema, pela ausência de um Estado que, apesar de ausente, possui seus donos.

“Há poucas flores na Ilha das Flores”. Enquanto tal trecho é narrado, crianças aparecem na tela. Seriam elas flores? Seriam elas capazes de dar vida aquele local? Seriam elas um sinal de esperança e mudança? Como humanizar um local onde homens valem menos que porcos? Só há uma maneira de se fazer isso: valorizar a vida!

Eu tenho uma vagina - Parte II


Sim, eu tenho uma vagina e isso continua me gerando problemas terríveis. Como o quê? Bem,de repente, o príncipe vindo de Liliput - para quem não sabe, é a terra dos anões no livro "As viagens de Guliver" - vira uma besta que começa a me evitar no MSN, GoogleTalk etc.

A pergunta é: ele estaria mesmo me evitando, já que nos falamos uma ou duas vezes depois da maldita noite perfeita, ou isso é fruto de meus hormônios femininos, de meu hipotálamo de mulherzinha, de minha mente vaginiana que teima em encasquetar com coisas que na boa, e daí?

Por que eu tenho que ficar assim? Pô, posso conversar com gente tão mais interessante, qual a diferença então? A diferença é que eu tenho uma vagina e na minha teoria, tendo este órgão, fudeu, você sempre vai querer a droga da encrenca, aquela que te faz perder o controle da situação, aquela que vai te fazer ficar com a maldita da pulga, não só atrás da orelha, mas andado por todo o seu corpo!
Mas a coisa mais terrível desta história, infelizmente, não fica só no pensamento. Ele é muito mais grave e poderá ser, caso eu cometa o suicídio moral de ligar para ele e fazer a fatídica pergunta "você está me evitando"?

Deus, se eu fizer isso com o pouco que resta de minha dignidade, eu me mato. Juro que eu me mato!

terça-feira, março 13, 2007

Forever lost


É o seguinte: sou humana e um dia esta porra de corpo tem que parar, mas não agora, agora não mesmo!

Estou doente, cansada, manca e com olheiras, mas há algo pior que tudo isso junto! Minha dignidade foi pro saco depois que eu deixei me levar pela sandice de uma chefe que, na concepção dela, para me poupar, coagiu-me a ir trabalar, mesmo eu tendo um atestado médico.

Isso está me deixando mais doente que tudo. Pra que serve esta merda de CLT? Como eu, eu mesma, adepta das idéias de Herbet Marcuse, pude deixar que fizessem isso comigo? No final das contas, é de mim que tenho raiva por ter sucumbido a esta bestialidade.

Então, para provar ao sistema que ele não acabou comigo ainda, eu vou à Marcha das Mulheres, faço panfletagem do Movimento Humanista nos CAs da PUC e canto em alto e bom som exautivamente a música Forever Lost da banda The Magic Number!

Hey, Lola, what are you to do now?

The Magic Numbers - Forever Lost
Darling, what'cha gonna do now?
Now that you noticed it all went wrong
I've been, I've been thinking
That you don't know me any more

Don't let the sun be the one to change you baby
I wanna learn how to love, if I'm to know
Cause I wanna go where the people go
Cause I'm forever lost

Darling, what'cha gonna say now?
Now that you noticed it all went wrong
Looks like I'm driving, my friends are all crazy
Oh they suddenly don't know me anymore

Don't let the sun be the one to change you baby
I wanna learn how to love, if I'm to know
Cause I wanna go where the people go
Cause I'm forever lost
Oh yeah, I'm forever lost

Looks like it all went wrong
What am I to do? What am I to do?
Looks like it all went wrong
What am I to do? What am I to do?
Looks like it all went wrong
What am I to do? What am I to do?
Looks like it all went wrong

Don't let the sun be the one to change you baby
I wanna learn how to love, if I'm to know
Cause I wanna go where the people go
Cause I'm forever lost
Oh yeah, I'm forever lost

Darling, what'cha gonna do now?
Now that you've noticed
What you gonna do now?
Now that you know

segunda-feira, março 12, 2007

E ele me faz sorrir...

Sexta-feira foi um dia concorrido: entre uma cantada bem dada e a tirinha do Laerte, fico com a cantada que me rendeu uma boa noite, mas compartilho com vocês, o bom humor deste nobre senhor!


Boas surpresas


Não há nada que encante mais uma mulher do que uma boa surpresa. Algo que nem de longe passou pela cabeça dela que poderia acontecer: um cara pouco atraente a primeira vista, cinco anos mais novo, alguns centímetros mais baixo, uma frase dita com toda a segurança do mundo e uma noite perfeita!

Ele: o que vai fazer hoje?

Ela: nada em especial e você?

Ele: eu? Eu vou dormir com você!

Ela: bem, diante de tanta certeza, eu só posso concordar que sim, você vai dormir comigo hoje!

Três dias depois, ela tenta se convencer de que deve lembrar de tudo apenas como um bom momento, sem expectativas, sem esperar pela segunda vez, mas ele já tomou conta de quase tudo e, por mais incrível que lhe pareça, é uma boa surpresa descobrir-se um pouco apaixonada. Mas não haviam lhe arrancado o coração? Talvez não...

quinta-feira, março 08, 2007

Às mulheres, com carinho

Well, não é porque eles querem me matar socialmente e são a maioria que eu vou me entregar de graça!

Com uma hérnia de disco imensa, uma dor horrenda no ciático, manca de uma perna, mas ainda viva, abdiquei de minha hora de almoço e fui participar da Marcha Mundial das Mulheres que, neste ano, tem um ingrediente a mais: Bush está no meio de nós, como não protestar?

Fiquei lá apenas uma hora, ao lado dos companheiros humanistas e, não tem jeito, é fazendo isso que me sinto viva, que tenho esperança nas pessoas, que volto a acreditar no ser humano, que consigo entender o quanto é importante sair da teoria para entender, na prática, o valor de poder se manifestar, da liberdade de expressão, do direito de ir e vir!

Infelizmente, o que era para ser uma manifestação democrática virou pancadaria! Acabo de saber que manifestantes e policiais entraram em confronto. Pessoal do movimento está bem, fico aliviada, mas, puta que pariu, as coisas não poderiam apenas ser perfeitas?.

Bem, fica trecho retirado do site da marcha para que possamos saber pelo o que lutávamos e porque nos atiraram bombas!

Marcha Mundial das Mulheres
O dia 8 de março é o dia de luta das mulheres. A Marcha Mundial das Mulheres está organizando manifestações em diversos estados, onde as mulheres irão para as ruas mostrar ao Brasil que feministas em luta podem mudar o mundo, nosso país e nossas vidas.

Vamos dizer basta à sociedade de mercado, ao livre comércio e às transnacionais que impõem as mulheres padrões de consumo e beleza, modos de vida, que não respeitam a cultura dos povos nem o meio ambiente.

A soberania alimentar é uma de nossas propostas de alternativa a esse modelo. Para efetivar a soberania alimentar e a reforma agrária, lutamos contra o agronegocio e a produção voltada para a exportação.

Vamos denunciar que a violência sexista, em todas as suas formas, tem como seu fundamento a opressão das mulheres. No campo e na cidade, lutamos por uma vida sem violência.

Vamos dar visibilidade ao trabalho das mulheres, mostrando ao país que as mulheres estão nos empregos mais precários, sem direitos e que continuamos recebendo menos que os homens pelo mesmo trabalho. Além disso, vamos às ruas reivindicar que a responsabilidade com o trabalho de cuidado e com a reprodução da vida humana deve ser compartilhada com os homens, a sociedade e o Estado. Seguiremos lutando pela valorização do salário mínimo, para combater a pobreza e aumentar a autonomia das mulheres.

Vamos às ruas lutar por nossa autodeterminação, pela liberdade e garantia de poder decidir nosso destino. Vamos lutar para que nossas escolhas sejam respeitadas e para que haja condições concretas para realizá-las. Por isso lutamos pela legalização do aborto e denunciamos a imposição da maternidade com destino obrigatório para todas as mulheres.

Mulheres em movimento mudam o mundo!

Eu tenho uma vagina...


sendo assim, permito-me, vez ou outra, fazer certas mulherzices que, na maior parte do tempo, meu lado feminista orgulhosa não me permite. Como o quê? Como usar este lugar para dizer que eu estou perturbada com a idéia de que um coisinha à toa com o qual saí, há alguns meses, de repente, passou a aparecer na minha frente, em tamanho colossal, nos pontos de ônibus da cidade, em uma propaganda de Nescafé!

Sim, tenho quase absoluta certeza que é o dito cujo que já esteve por aqui, falando certa pieguices que nem é bom lembrar!

Well, dito isso, se você ainda se presta ao trabalho de xeretar meu blog, eu preciso saber se é você naquele maldito anúncio para poder andar em paz pelas ruas!

Céus, se não me bastasse o salário irrisório ao qual me submeto, agora isso. Definitivamente, é o fundo do poço. Mas eu sou mulher, logo, sou forte e posso me permitir certas sandices!

terça-feira, março 06, 2007

Ah, não vai dar pra esperar não


Sorte do Orkut hoje: "quando chegar o inverno, os céus mandarão chuvas de sucesso para você".

Eu vou ter que esperar até o inverno? E se, com o aquecimento global, o inverno simplesmente não chegar? Pra quando ficará a chuva de sucessos? Ai, ai, ai, ai, ai...

segunda-feira, março 05, 2007

Primeiro dia de aula...


E eu já arrumei uma inimiga. A vaca veio falar mal de movimentos sociais e enxeu a boca pra dizer que era jornalista. Grande merda, eu também sou. Odeio a arrogância dos jornalistas, eu definitivamente não combino com minha profissão nestas horas. Movimentos sociais são vazios. Não seria a mídia que os esvazia, os faz parecer coisa de maloqueiro, de gente que não tem o que fazer? A mídia, a comunicação que a paspalha fez questão de citar que fazia parte. Poupe-me. A briga será feia, até porque ela é horrorosa!

O que salvou a noite? Well, graças a Deus, existe na sala um mocinho bagunçadinho, de cabelo despenteado, sorriso bonito, mal vestido, mas com personalidade! Ah, como olhar todo este conjunto me faz bem! Eita dia perfeito! Perfeito e completamente bipolar!

Eu preciso menstruar agora


Deus! A TPM está de lascar! Todo o momento de paz e tranqüilidade se foi num piscar de olhos. De repente, deu uma vontade de chorar feito doida, de voltar pra casa de mami e de cortar meus pulsos porque, sexta-feira, eu quase rasguei minhas roupas de tanto chorar vendo o julgamento da novela Páginas da Vida, quando os gêmeos Clara e Francisco ficam com a Dra. Helena e o avô respectivamente! Ai, que vergonha! Parem o mundo que eu quero descer e menstruar agora! Tudo isso passa depois que a coisa vem, então vem logo!

Obs: eu não estou atrasada, ou seja, grávida. Pelo contrário, estou pedindo para a coisa se adiantar porque eu preciso ficar normal, pô!

Teria sido efeito do eclipse?


Well, passado mais um final de semana travada, por conta de minha hérnia de disco a quem resolvi batizar de Sebastiana, hoje, em plena segunda-feira, chego no trabalho e sinto um astral diferente.

Não me perguntem why, mas acho que algo bom, muito bom está prestes a acontecer. É uma ansiedade gostosa, de esperança, sei lá, não dá para explicar. Talvez seja porque as aulas da pós recomecem hoje, o fato é que tá tudo estranhamente leve, em paz e, às vezes, estamos tão desesperados com tudo, que nos esquecemos do quanto é maravilhoso sentir-se em paz!

Seria efeito do tal eclipse lunar? Eu não sei! A única coisa que espero é que coisas boas aconteçam a todos nós!

domingo, março 04, 2007

E um judeu cria Borat


Em novembro, participei de uma pesquisa de mercado e vi o filme Borat com mais umas 300 pessoas que depois responderam a um questionário sobre as piadas, piores e melhores cenas etc. Naquele dia, saí da sala de exibição exausta! Nunca tinha visto tanta escatologia junto, há tempos não ria tanto.

Borat entra em circuito nacional e revejo na pré-estréia. Tenho a chance de relembrar detalhes que já havia esquecido como a suposta cigana que encolhe a dona de uma casa e passa a vender seus tesouros, ou o produtor do "documentário" que diz poder viajar pelos EUA desde que não seja de avião, pois os judeus podem atacar de novo como em 11 de setembro.

Sinto um alívio e penso "ufa, o politicamente correto ainda não venceu totalmente"!

E viva o humor inglês! E viva Borat, o segundo melhor repórter do Cazaquistão!

quinta-feira, março 01, 2007

E Deus criou Contardo Calligaris...


Ando meio chata e por isso não tenho escrito muito. Revoltada com a vida como se isso fosse uma grande coisa! Não conheço quem não esteja. Enfim, às vezes, é necessário algo externo para nos fazer dar valor a certas atitudes que temos, afinal, quando falamos de nós mesmos, a tendência é sempre achar que estamos aquém do que gostaríamos.

Talvez sim, mas também é bom acreditar que, de vez em quando, conseguimos ser autênticos, verdadeiros e coerentes com nós mesmos. Respeitar nossa natureza, a natureza do outro. O fato de que, azar o seu, doçura, mas nem sempre as pessoas vão agir do jeito como gostaríamos, como julgamos certo, como fazemos, como manda a nossa essência.

E foi assim que dei graças aos céus por Deus ter criado Contardo Calligaris, por ter lhe dado sabedoria, por ter lhe dado um emprego na Folha de São Paulo e por permitir que eu delicie-me com ele a cada quinta-feira, a cada descoberta, a cada susto, a cada tropeço...

Faz tempo que não bebo, mas hoje, comemorando o Carnaval atrasado e tudo o que a festa representava nos tempos de Dionísio, abrirei minha melhor garrafa de vinho e brindarei à elegância do espírito, à intensidade e à variedade de experiências, ao amor e a uma outra vida possível!

Pecados Íntimos por Contardo Calligaris
"Quando ensinava "Cultural Studies" na New School, começava dizendo a meus estudantes que eles eram livres para tirar todas as notas A que quisessem, mas, para entender a subjetividade moderna, eles teriam que passar por três letras B: Brummel, Byron e Bovary. Não era só uma piada de professor: as três figuras em questão, afinal, falam todas de nossa impossibilidade de conseguir, na vida, a nota máxima.

Um B já é de bom tamanho. Brummel (o primeiro dandy, no fim do século 18) lembra que a nobreza não é efeito do berço em que a gente nasce; ela é fruto da "elegância" (não tanto das maneiras e da roupa, mas do espírito). O hábito, na modernidade, faz o monge, e somos livres para escolhê-lo. Mas essa liberdade tem um custo: o desconforto de apenas parecer o que somos e, claro, a aflição de parecer o que não somos ou não queremos ser. O hábito faz e aprisiona o monge.

Byron (o poeta romântico) lembra que, na vida moderna, o que importa é a intensidade e a variedade de experiências. A fome de viver e o anseio de aventuras levam alguns a lutar pela independência da Grécia, a pular de skate quando mal sabem andar ou a perder-se nas sarjetas do mundo. E nos levam a sonhar com o que não ousamos empreender.

Emma Bovary (a heroína do romance de Flaubert) lembra que o amor é o grande operador moderno da mudança. Descobrimos que podíamos inventar nossa vida quando começamos a casar por amor (e não para preservar a casta, a família e o patrimônio). Portanto, esperamos do amor que ele nos transforme e nos leve para uma "outra" vida (e toda vida tem uma "outra" vida com a qual sonhar)."