sexta-feira, dezembro 07, 2007

domingo, dezembro 02, 2007

Tempestade


Sinto falta de tempestade, as gotas grandes e geladas que começam a pingar devagar e cada vez mais rápido, vento que uiva, barulho de galhos e folhas das árvores, a chuva batendo feroz na janela. Não sinto falta do barulho dos trovões, ele não me acalma, mas a tempestade me conforta, me traz uma paz peculiar. Talvez seja a impressão de que tudo estará limpo de um jeito diferente depois que ela passa. Acho que gosto do perigo! Gosto de correr riscos e testar até onde consigo ir, é por isso que resisto a desistir de qualquer coisa antes de chegar ao seu limite, antes de conhecê-la a fundo, antes de sofrer ou de me alegrar honestamente e profundamente. É quase como uma tentação e Oscar Wilde já muito bem disse que "a única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos a ela" então eu simplesmente me entrego e cedo, porque não há como ser camomila quando tudo em você é ricina.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Momento de histeria profuda


Você sabe quando realmente está desesperada quando, mesmo sem acreditar, ensandece atrás de suas amigas, pedindo indicação de uma cartomante das boas! Céus, nossas tragédias são mesmo capazes de nos transformar em pessoas patéticas!

E eu sei que vou ficar psica com o que ela disser. Exemplo? Há alguns anos, fui em uma cartomante que me disse que eu encontraria um homem mais velho, jornalista, bem-sucedido. Há, mas na hora me veio na cabeça: "Ai, Jesus, é o Boris Casoy". A idéia fixa me perseguiu até alguém me dizer que o distinto comia da mesma fruta que eu até o caroço. Eu definitivamente não presto e gosto de me martirizar! Tomara que ela diga coisas boas. EU PRECISO OUVIR COISAS BOAS!

Um pouco Josefina


Um dia confiança plena, no outro a desolação a respeito de tudo e de todos. Aprende-se com os erros? Aprende-se o quê? Que não se deve confiar em ninguém? Que as pessoas são extremadamente egoístas e incapazes de serem generosas, mesmo com quem teve muita intimidade? Que é mais fácil fica pulando de emprego em emprego porque em menos de três meses quase nunca se tem tempo de conhecer o quanto teus colegas podem ser cruéis? Teorias, muitas teorias, enquanto tudo o que se quer é aprender a abrir os braços para a vida e ter forças para seguir em frente! Isso passa, demora, mas, caralho, uma hora passa!

quinta-feira, novembro 22, 2007

Um sopro de vida (Pulsações)




Não tenho boas lembranças de finais de ano. A impressão que tenho é que chega outubro e a coisa degringola, como se meu inferno astral começasse três meses antes. Este tem sido especialmente amargo. Muitas perdas, muitas dores, um coração partido. Bem, ao menos serve para lembrar que eu ainda tenho um e ele pulsa insistentemente!

Well, a última crise que tive, descobri Clarice Lispector e sua "A paixão segundo G.H". Uma das melhores coisas que já li em minha vida. Daqueles livros de atordoar, de te mostrar novos caminhos, novos experimentos. Então, aproveitando o momento de tempestade, e que oxalá venha o sol claro e escaldante em seguida, retomo Clarice e nas primeiras palavras já me embriago. Para dias de fossa, nada melhor que um bom escritor! Eles são capazes de fazer milagres pelas nossas pobres almas!

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz. Vivam os morto porque neles vivemos.

De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim. O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. De certo tudo deve estar sendo o que é". (Clarice Lispector)

domingo, novembro 11, 2007

De volta aos psicotrópicos


Outro dia, em uma aula sobre Maquiavel, vimos que é preferível que O Príncipe seja mal a ser uma pessoa boa. Por quê? Porque para uma pessoa má, é possível realizar ações bondosas, mas pessoas boas jamais conseguem ser más quando precisam. Assim, Maquiavel chega à conclusão que somente uma pessoa má tem o perfeito dicernimento para decidir quando deve ser uma coisa ou outra.

Isto posto, digo sem nenhuma sombra de dúvidas que Maquiavel estava coberto de razão. Nos últimos dias, tentei ser a pessoa mais malvada do mundo. O que ganhei com isso? Noites de insônia, arrependimento, contradição, vontade de virar uma ostra, desejos suiscidas e a decisão de que definitivamente preciso voltar ao psiquiatra ou não conseguirei conviver comigo mesma nunca mais.

Ai, estou cheia deste mundo de provas e aspiações. Eu quero o paraíso agora!

quarta-feira, novembro 07, 2007

Por que não estar aqui


Coisas ruins têm acontecido. Coisas ruins sempre acontecem comigo no final do ano, é como se meu inferno astral começasse quatro meses antes!

Eu estava animada, viajei, planejei fazer uma festa estrondosa em meu aniversário para comemorar o fim do quarto ciclo de sete anos - não entendeu, paciência, não estou com vontade de explicar.

Mas eis que o mundo desaba em sua cabeça. De repente, você se vê sozinha, sem ter em quem confiar, querendo virar uma ostra, querendo que tudo simplesmente desapareça. E você afunda. E quando está no fundo, você só pensa que não se deve ouvir ninguém, que palavras são só palavras, que atitudes insensatas por mais que sejam feitas com as melhores das intenções, se saem pela culatra, simplesmente não há volta e você coloca tudo a perder.

Então você volta à tona e pensa que todos merecem uma segunda chance, que vale a pena tentar seguir em frente porque se pode fazer diferente, sempre se pode fazer diferente, porque as pessoas não são ruins simplesmente por serem, porque você não é uma pessoa má, porque você é incapaz de faer algo realmente covarde com alguém.

Mas daí você afunda novamente e, lá no fundo, você olha para os lados e tudo o que vê é um imenso e doloroso vazio. E dói, dói demais estar vivo. Para que continuar? Para que manter a esperança em coisas que no final sempre te decepcionam? As pessoas, as atitudes, as palavras, o mundo te transformando em algo que você não reconhece! Então você simplesmente permanece lá embaixo e decide que não quer mais voltar porque aqui em cima é tudo demasiado intranqüilo, cruel e sem controle. Dói demais estar vivo e você não quer mais sentir isso!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Boas frases merecem ser repetidas


"Deus está morto, Marx morreu, Freud morreu, e eu mesmo não me sinto muito bem" - Alain Finkielkraut.

Em que a vida nos transforma


Fazemos coisas sempre achando que estamos fazendo o melhor a nós mesmos. Às vezes, sabemos que é perigoso, mas seguimos porque acreditamos que o momento é o importante. Momentos não são importantes, mas as consequências, puta que pariu, estas marcam para valer! E de repente você se olha no espelho e vê uma pessoa que não reconhece. É uma pessoa que simplesmente sente e pensa em coisas que lhes eram totalmente alheias até aquele momento. Como diria la mamá de Pedro Pablo Oliva "hijo, la vida nos convierte, a veces, en lo que realmente no somos".

Melancolia


O termo melancolia vem do grego melankholia. É formado pela associação das palavras kholê [bílis] e mêlas [escuro]. Melancolia significa literalmente a bílis negra, uma das muitas subst‚ncias constituintes do corpo humano segundo a medicina antiga, mas que em excesso provocaria uma desordem cujo principal sintoma seria o afundamento nos próprios pensamentos e a perda de interesse pelo mundo exterior. Supõe-se que a existência da bílis negra tenha sido deduzida da observação de vômitos de cor escura, mas os textos antigos não dão indícios de uma observação empírica. A bílis escura parece ter um caráter imaterial e uma grande força simbólica. Ainda segundo Aristóteles, uma das principais características dos melancólicos seria a propensão a se deixar levar pela imaginação. A melancolia teria, portanto, um caráter ambíguo na cultura grega: era tanto uma doença perigosa, que podia levar ao suicídio, quanto um estado de fermentação da alma, um instante de calmaria antes da explosão de novas idéias e formas.

O Passado de Alan Pauls ou Babenco


Fim de ano e desgraça nunca vem sozinha, pelo contrário, ela caminha em bandos! Então, você revisita o passado que nunca, por mais que tente, por mais que se queira, nos deixa liberto totalmente. Olha tudo o que fez e promete seguir adiante, sem cometer os mesmo erros, os malditos tropeços que podem impedir tanta coisa se você consegue se manter firme. Mas temos a noção de que o tempo é cíclico e de que a história irremedialvelmente se repete. Será? Difícil entender que a mudança é melhor que a estabilidade.


O Passado por Contardo Calligaris


A modernidade começa quando paramos de deixar que a tradição diga quem somos. Não terei necessariamente a mesma profissão que meu pai, não serei nobre porque ele foi, não viverei no mesmo lugar dos meus antepassados, não escolherei meus amores para preservar a integridade de minha casta, religião ou raça e por aí vai. Mas se o legado da tradição se torna menos relevante, é justamente porque o que me constitui é minha história - não apenas a intensidade do momento e a audácia de meus planos, mas o conjunto das experiências que vivi.

No começo da Revolução Francesa, o povo queria fazer tábua rasa: eliminar os nobres pela guilhotina e seus vestígios pelo fogo. Após um vigoroso debate, os vestígios foram poupados, e foram inventados os museus públicos. Poucas décadas depois, nasciam os conceitos de patrimônio histórico e de preservação dos monumentos. Ao mesmo tempo, surgia um interesse, que nunca mais se desmentiu, pela narração e pela compreensão da história.

Não funcionamos diferente: é possível guilhotinar os amores do passado ou (menos radical) apagar seus números de nosso celular, é possível até queimar fotografias -embora dificilmente sacrificaremos aquele desenho que compramos juntos, num sábado, na praça Benedito Calixto. De qualquer forma, mais que a lembrança, os rastros do passado sempre assombram o presente e o futuro.

Quando decretamos novos começos, ilusórios ou não, nem por isso conseguimos apagar nossa história: podemos apenas contá-la mais uma vez, quem sabe revisá-la ou corrigi-la, para pior ou para melhor.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Leitura de miss


Pensamento de escritor preferido de nove, entre dez misses!

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso. " Antoine de Saint Exupery

O que diabos cada um de nós deve deixar com a outra pessoa?

Rir para não chorar - Capa do Terra - N.01


Duas notícias de extrema importânciam chamam a atenção dos leitores do Terra.

1) Deputado é pego ao "comer" cera de ouvido: veja

2) Gisele (a top) divide chiclete com o namorado

Pessoal, eu quero ganhar a vida assim!

domingo, outubro 28, 2007

Sensações


Ela tinha a sensação de estar se metendo em muitas confusões. Viveu em dois anos tudo o que não consegui viver em 26 anos de existência e agora confessava que às vezes tinha a impressão de ter informação demais, de que era vivência demais pra ela!

Havia prometido que este seria um ano sabático, um descando ao corpo, à mente, ao coração. Havia conseguido? A promessa durou seis meses e resolveu que daria a chance de se aprofundar em um relacionamento custasse o que custasse apenas porque era ele. Resultado? Adivinha? "A gente só não sofre quando desistimos de nos relacionar com as pessoas, quando arrancamos elas de nossas vidas, do contrário, esteja preparado para tudo de bom e tudo de ruim que isso pode trazer à tua vida"!

E no meio a tudo isso ficam algumas sensações, que no fundo ela sentia que a ajudavam a descobrir um pouco de quem era. Por exemplo? Por exemplo, reviver momentos em que você nem havia se dado conta de que estava feliz e de repente ele ressurge, exatamente a sensação que havia vivido aquele dia, ao lado dos amigos. A situação no emprego não estava boa, a saúde estava debilitada, mas, caralho, tua alma estava limpa como queria, não havia dores, paixões, decepções, você apenas estava limpa e feliz em estar consigo mesma. Dá-se conta que entre um dia e o outro, em que você simplesmente não acreditava mais nas pessoas, só havia se passado cinco meses, tão pouco e você agora era outra.

Então, ela viaja e passa em fente à faculdade que estudou durante quatro anos. Ela para e fica ali por tanto tempo que já não sabe se foram dez minutos ou uma hora. Tudo que queria era guardar no fundo da alma a sensação boa que aquele lugar lhe dava, os melhores anos de sua vida, os grandes amigos que fez a vida que simplesmente não voltaria a ser a mesma.

Ai, um belo dia ela está vendo um filme qualquer na tv e a chuva na tela a cativa de uma maneira toda especial. Ela lembra que odeia chegar em casa ou no trabalho molhada, mas que ama dormir ouvindo o barulho da água batendo no asfalto, no telhado, na janela, no jardim. E aquilo a faz chorar porque a sensação de alegria toma tudo a sua volta! É tão forte que no outro dia, chuvoso após meses sem cair uma única gota, ela para, no meio de uma avenida e passar a tirar uma, duas três, várias fotos da rua molhada, da chuva reletida nos faróis dos carros.

Remoendo os últimos acontecimento, às vezes com raiva, às vezes com saudades, às vezes confusa, ela pensa que tudo bem se machucar, só não se machuca quem não se relaciona com as outras pessoas e a prática leva à perfeição. Você se dá conta que a dor vai passando cada vez mais depressa, ela já não dura mais de três meses. Talvez você esteja se acostumando a esperar sempre pouco de todo mundo, quase nada. Não é uma sensação boa, dói ver-se pensando assim, mas estava disposta a não fingir ser otimista!

Então, na sala do ginecologista com o resultado que mais uma vez mudaria sigularmente tudo a sua volta ela ouve do médico: "seja qual for o resultado do exame, que ele sirva para você pensar o que realmente quer da vida". O que realmente queria da vida? Muitas perguntas, quase nenhuma resposta. A única certeza era que definitivamente estava farta deste mundo e criar alguém nele, talvez fosse muita crueldade!

quinta-feira, outubro 18, 2007

Junkie Food Day


Dias estressantes, trabalho atrasado, todo mundo em pânico, menos eu, que sou adepta da Terapia do Riso do seu Patch Adams e não me deixo abalar facilmente! Na falta de tempo para almoçar algo minimamente decente, lá vão as moças para a feira. Cardápio do dia:

- um pastel de frango
- um pastel pequeno de carne ingerido enquanto a tapioca não ficava pronta
- 1/2 litro de garapa com abacaxi - parecia mais melado, não deu pra tomar tudo
- uma tapioca de leite condensado
- cafezinho fraco como saideira

Após uma refeição balanceada digna de top model, não há corpo que não padeça. O estômago pesa, as pálpebras pesam, a consciência pesa. Acho que vou comer uma bananinha fásica para assentar tudo no fundo e caber os pesseguinhos!

terça-feira, outubro 16, 2007

Insônia

Acordei às quatro da matina e não dormi mais. Odeio os períodos da vida nos quais eu perco o sono, geralmente eles estão associados a problemas e preocupações. É como se meu cérebro fosse uma panela de pressão prestes a explodir. Para isso não acontecer, os gnomos que cuidam do sono me acordam e começam a torura. Esta noite, visitei eu mesma em situações do passado e do futuro, fiz coisas diferentes, pensei em ótimas respostas que provavelmente nunca conseguirei dar de verdade, implorei a Deus para que eu dormisse, tentei relaxar, não liguei a tv, mudei várias vezes de posição na cama, senti angústia, senti raiva, senti desespero, tive vontade de gritar, tive vontade de rezar, tive vontade de não sair para trabalhar no horário, mas quem disse que a vida é bolinho? Fui ao banheiro duas vezes e fique trancada cerca de dez minutos, com a cabeça apoiada nas pernas e uma vontade desesperada de me deixar levar, de dormir, e dormir, e dormir. Eu posso alegar que tenho narcolepsia, não?

segunda-feira, outubro 15, 2007

Impressões sobre as pessoas


Ela havia decidido não confiar em mais ninguém, não gostar de mais ninguém, não dar ouvidos às coisas que dizem n calor das emoções, mas que depois são desfeitas no ar, quando você espera apenas um ato que demonstre que o que disse também valia na prática.

Durante um tempo, optou por manter uma distância segura, mas a monotonia não era uma grande companhia. Então, aos poucos, foi se abrindo novamente para o mundo, foi bem devagar, pensou ter escolhido a pessoa certa para aquele retorno, se deixou levar, suave, serena até que POW. Como na música "tá lá mais um corpo estendido no chão".

O problema desta vez? Bem, talvez não existam as pessoas certas, talvez não existam pessoas capazes de serem de todo sinceras, talvez não existam pessoas realmente confiáveis que consigam manter a danada da coerência entre pensar, sentir e agir. Talvez as pessoas sejam realmente más, mesquinhas, egoístas e falastronas. Falam demais sobre coisas que desconhecem, que não têm certeza, escondem verdades que precisam ser ditas e tudo isso é um saco. E tudo isso faz do mundo um lugar horrível para viver, um lugar realmente desprezível, nojento e asqueroso.

Ninguém deveria ser capaz de transformar a vida do outro numa bosta. E agora? De volta a ostra? Não, agora ela quer estar ao lado da única pessoa que iluminou todos os dias de sua vida, mas ela só se deu conta disso, quando se colocou diante da mais completo, suja e fédida escuridão.

Ela não permitiria erra outra vez, não mais. Quando se tem 28, a impressão que se tem é que se não for agora, não será nunca mais. Então que seja agora.

"Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo respeito - é apenas o que você diz."

terça-feira, outubro 09, 2007

Do mundo corporativo...


as pessoas que habitam o mundo corporativo, contruídos pelas grandes redes globais, enxergam o mundo sob a ótica de incríveis apresentações em Power Point!

Com a colaboração perspicaz de K!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Tenho aleteia tatuada no braço


Tatuei a palavra verdade em grego no meu braço para lembrar das verdades que me movem, que me dão direção, que me fazem ser quem eu sou e olha, eu sou uma pessoa do caralho!

Então, estes dias, eu olhei para a tatuage e me perguntei qual era a verdade daquele momento! Resposta digna de quem está num carrinho de montanha russa pronto a desabar: "a verdade é que eu quero que todas as pessoas que não sabem o que querem vão tomar bem no meio do olho do cu"!

Sério, não se fala o que não se tem certeza, não se brinca com os setimentos das pessoas, e principalmente não se diz que está confuso e não deixa o outro confuso, quando se sabe que não terá coragem para fazer o que de fato surpreenderia a todos e te levaria para direções inesperadas, porque o desconhecido pode ser maravilhoso! Oh, gentinha mais sem sal!

Obs: percebe-se que a produtividade nesta segunda-feira está de amargar. Para melhorar a tarde nublada, vou comprar um pacote de bolacha Bono doce de leite para adoçar a vida! Gordura trans na veiaaaaaaaa!

Gente tosca


Para quem não sabe sou jornalista e me tornei isso porque gosto de escrever, o que me faz crer, agora, anos depois de ter entrado na faculdade de comunicação, que eu deveria ter ido fazer letras, ou simplesmente não ter estudado nada e passar a minha existência escrevendo livro, cujos personagens seriam bseados nas minhas observações pronfundíssimas a respeito da humanida. Todo este desabafo para quê? Para dizer que eu odeio ter que interagir com pessoas por telefone. Em geral, eu gosto de conversar, bato papo com maluco no trem, respondo aos resmungos dos traunseuntes (eu devo ter escrito isso errado e não vou procurar no dicionário) que falam em voz alta, mas, puta que pariu! O que as pessoas do mundo corporativo têm na cabeça que nã são capazes de responder a quatro perguntas de maneira decente, clara e objetiva? E estes infelizes ganham pelo menos o dobro de mim! Este mundo me cansa!

Ligeiramente descontrolada



Olha, não é fácil carregar uma vagina, útero e ovários. Puta responsabilidade do caralho! Cansei disso, quero virar monja no Tibet! Não, as monjas não precisam tirar tudo pra serem monjas, elas simplesmente não usam, o que pode tornar a vida bem menos complicada!

quarta-feira, outubro 03, 2007

Da sabedoria popular


Há males que vêm para o bem e se tornam responsáveis por nos fazer repensar ações, por nos fazer aprender o que não se deve repetir, por nos ensinar a cuidar melhor de nossas vidas, por nos fazer crescer, encarar tudo com mais maturidade, por nos mostrar o papel que algumas pessoas têm e sempre terão em nossas vidas, por deixar sabermos quem são os amigos que sempre estarão por perto, por nos fazer cuidar do próprio corpo e saber preservá-lo com o respeito e dignidade que merece!


"Nunca pinto sueños ni pesadillas. Pinto mi propria realidad."
Frida Kahlo

terça-feira, outubro 02, 2007

Tem dias


que a gente se sente como quem partiu ou morreu, nas belas palavras de Chico Buarque. Para estes dias, tudo o que eu mais queria era dormir o sono dos justos. Sleeping Pills, welcome to my life again. Eu só preciso sentir o meu corpo se entregar para acordar inteira e viva no dia seguinte!

Dores da alma


Às vezes se deixava levar por sentimentos que estavam em seu mais profundo. Deixava que fluíssem porque de alguma maneira, ali, tão bem escondidos, pareciam não estar servindo ao seu propósito. Então os libertava e se libertava. Sabia, quase sempre, o que certas coisas podiam causar, mas saber nem de longe é o mesmo que vivenciar e vivenciar pode ser imensamente doloroso. A última noite foi para ela a mais dolorosa de todas. Sentia como se alguém houvesse pego seu coração e o apertava entre os dedos, provocando uma dor absurda. Não adiantava chorar, não adiantava implorar que parasse, ela somente sentia, e sentia, e sentia. O que aliviava era saber que um dia tudo aquilo passaria, não há nada melhor que permitir ao tempo fazer sua parte. Mas, ela se perguntava, que tipo de marcas ela carregaria para o resto da vida? Qual delas ela escolheria. Ela não sabia e isso era seu maior tormento!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Gotas de bom senso


Às vezes, a melhor resposta para um ato de insensibilidade é o silêncio e como eu venho aprendendo a apreciar o mais puro silêncio!

quarta-feira, setembro 26, 2007

Convenção de ricos


Estou cobrindo um evento de ricaços no Word Trade Center. Vou te contar uma história: os bárbaros ainda existem e são donos de supermercados!

"I'm afraid, David"

Pequenos elogios


E não basta muito esforço para deixar alegre o dia de uma pessoa! Uma pitada de de espontaneidade, naturalidade e graciosidade. Pensando bem, pode ser muito para algumas pessoas!

"Êta, senhorita ... tranqüila e inevitável como Bruce Lee!"

É ... eu tenho tentado!

terça-feira, setembro 25, 2007

A esperança segundo...


os budistas: é um veneno

Freud: é um comportamento neurótico

Em ambos os casos, é a responsável por levar você a viver em um outro tempo, o tempo da espera, um eterno aguardar que angustia, que tira o sono, que te traz devaneios, mas que também alimenta de um modo muito profundo as almas dos que não se entregam e apenas permanecem!

Momento de histeria: a esperança é a última que morre, MAS também morre!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Pequenas constatações que levam nada a lugar nenhum

A cada queda de temperatura brusca, tenho mais certeza que não hå nada que os argentinos façam melhor neste mundo que as tais frentes frias!

Do porque certas coisas apenas devem acontecer...

Porque há sentimentos que apenas devem ser vivenciados para que se possa aproveitar tudo o que eles trazem de inovação, de surpresas reveladas pelo que não se espera, pelo que não se premedita e que trazem à tona novas opções, novos caminhos, novas possibilidades, nova vida aos que se permitem viver de uma forma menos calculda, mas verdadeiramente livre e fiel ao que de fato acredita e sente!

sexta-feira, setembro 21, 2007

Apenas por ser você a pessoa que ...


Tem o sorriso capaz de iluminar o dia mais cinzento

É dono de minhas melhores risadas

Faz eu acreditar que coisas boas acontecem

Me concede dias tranquilos

Desperta meus melhores sentimentos

Demonstra que provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável

Me conduz por caminhos totalmente desconhecidos

Mostra que correr riscos compensa

Define com toda a simplecidade do mundo o que é estar apaixonado

Consegue me deixar sem palavras

me encanta, me paralisa, me embriaga com sentimentos que não se pode descrever, me faz intensa, me cativa e faz com que eu me sinta mulher!

terça-feira, setembro 18, 2007

Fora da minha ordem


Eu odeio quando não consigo pensar em nada interessante para falar. Às vezes, simplesmente deixo as coisas acontecerem sem a menor vontade de fazer algo para que melhore ou piore! Deixo a vida seguir seu curso como se não me pertencesse, como se não estivesse lá e tudo isso é muito estranho porque, de fato, coisas incríveis estão acontecendo mas sinto que perdi a sensibilidade para aproveitá-las do jeito como gostaria, do jeito como fazia antes. Não consigo ser natural, não consigo falar sobre o que penso com a mesma energia. Então, eu me deparo com a Luke passando por uma crise criativa e vejo que isso é apenas uma partezinha de nós. Então eu sigo em frente, dou tempo a mim para poder retomar meu caminho!


quinta-feira, setembro 13, 2007

Notícias do fronte


Após alguns dias fora de órbita, volta a escrever errado por linhas certas! Acabo de descobrir que a música do Tim Maia que diz "eu não nasci pro trabalho, eu não nasci pra sofrer" é meu grito de guerra, minha essência, minha alma.

Mulher, separada, sozinha, com dívidas exorbitantes para pagar eu precisava de um emprego urgente, antes do fim do seguro desemprego, última parcela na próxima semana. Eis que em meno de dois dias, consigo arrumar três empregos e fico com dois. Conclusão: como eu faço este tipo de coisa comigo mesma?

Retorno à rotina do trânsito infernal desta cidade, não dou conta de ler os textos da pós, estou dormindo cada vez mais cedo e quanto mais eu durmo, mais vontade de dormir eu tenho e, pela manhã, a luta é sempre a mesma: meu corpo não responde aos meus apelos desesperados de "levanta-te e anda e aproveita para trabalhar, criatura".

Tudo isso pra dizer que está decidido, quando eu crescer quero ser feliz!

terça-feira, agosto 28, 2007

E na aula de sociologia...


eis que o professor resolve explicar o indivíduo da pós-modernidade: "cada pessoa é um poço de desordem". Ora, ora, quer dizer que minhas contradições são muito bem fundamentadas? Sinto-me reconfortada!

segunda-feira, agosto 27, 2007

Agonias


Ela não sabia o que acontecia, imaginava que talvez fossem as segundas-feiras cinzentas, os trabalhos atrasados, a falta de vontade para fazer o que devia ser feito, ou tudo isso junto. O fato é que, vez ou outra, pegava-se absolutamente agoniada, uma angústia que dilacerava absolutamente tudo dentro de seu corpo! Então, tinha a idéia fixa de fugir para a praia, sair correndo, feito o Forrest Gump só que direto para o mar porque ele era capaz de acalmá-la. As segundas-feiras faziam ela se sentir muito sozinha e isso a deixava enjoada, com vontade de chorar, com vontade de ser abraçada e dizer que não era tão forte como gostaria de ser, que às vezes era frágil e precisava de carinho, mas ela não conseguia! Maldita revolução feminista, ela não podia!

domingo, agosto 19, 2007

Sobre se ter certeza

Ele não falha, não é imprevisível e isso de certa maneira a conforta. Talvez esteja mais madura, em outros tempos ela daria tudo por alguém que não pudesse dizer exatamente o que ele faria.

Havia se passado duas semanas, desde a última vez que se viram. Ele olha pra ela e diz que pensou muito sobre a decisão que tinham tomado e pergunta o que ela havia pensado.

Ela: não pensei nada.

Ele: impossível, eu pensei no assunto.

Ela: tudo bem, eu devo ter pensando umas três vezes, mas estou tranqüila com a decisão, então não fiquei me torturando.

Ele: eu fiquei preocupado, tive impressão que não estava feliz.

Ela: eu não pareço feliz agora?

Ele: não é isso...

Ela: olha, eu estou segura sobre o que eu falei, se você não tem certeza, ainda dá tempo de pular fora, mas pule fora você porque eu não farei isso.

Ele: quanta coragem! O que você vê nisso tudo?

Ela: eu gosto de você!

Ele: por quê?

Ela: porque você faz com que eu me sinta viva!

Ele: é um bom motivo.

Queria ter dito que só desejava algo tranqüilo, alguém de quem gostasse e com quem eu pudesse estar junto, que me fizesse rir, que tivesse uma mesma direção, um mesmo pensamento, e isso não significava necessariamente desejar uma vida em comum.

Queria dizer que estar com ele era sentir-se leve, era como a brisa que bate mansamente em seu rosto, ao final da tarde e que, mesmo suave causa uma sensação espantosa dentro da alma. Estar com ele era poder ser verdadeira. Era reaprender a viver, era querer se dar uma nova chance. Era querer viver um dia após o outro, sem medo de ser intenso. Era ter certeza sobre o que precisava e queria naquele momento. Nada muito complicado, viver não é complicado, pensar sobre a vida é o que torna as coisas muito, muito difíceis.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Tais sentimentalidades


Ela estava com saudades, mas não queria dizer. Ainda não era hora. Então, mandou um e-mail pedindo uma coisa pra todo mundo que trabalhava no mesmo local, mas sabendo que só ele poderia resolver o problema e teria que aparecer por lá. Era final de tarde e ela já tinha desencanado, quando ouviu uma voz muito familiar na sala. E o coração? O coração pulou, disparou, só faltou cambalear de tanta emoção.

O encontro foi rápido, ele disse oi, lhe deu um beijo no rosto, perguntou se ela estava trabalhando até mais tarde, amenidades. Ela? Ela é incapaz de descrever a roupa que ele estava, não conseguiu olhá-lo de frente, teve medo de desmaiar, de demonstrar todo aquele turbilhão que acontecia em sua alma. Ele pegou o que precisava, o beijo de despedida desta vez foi quase na boca, mas tinha gente por perto. Ela se fez de durona mais uma vez, mas por dentro sentia-se renovada. Havia muito tempo que não sentia o coração disparar, as pernas tremerem, o ar faltar, a vontade de sair gritando e dando cambalhotas de felicidade. Ela estava viva novamente, viva como há muito tempo não se sentia!

quinta-feira, agosto 09, 2007

Fantasmas


Eles não se viam desde a noite em que saíram da aula de inglês, ela foi para a festa de aniversário da amiga e ele foi telefonar do orelhão. Cenas de um cotidiano bem glamuroso, não? Da última vez que se falaram, a conversa não tinha sido fácil. Ela acreditava que eles podiam apenas aproveitar os momentos juntos e de forma tranqüila, ele estava preocupado demais com o que ela poderia sentir e o quanto não poderia, não queria, não estava disposto a retribuir.

Um ano e meio depois da última vez, ela o encontra, lindo, mais bonito do que nunca, no único lugar que ela nunca pensou que o encontraria. Tem dificuldade em acreditar no que vê, mas segue adiante, faz o que tem que fazer, volta e lá está ele, no mesmo lugar, como um fantasma, uma aparição. Agora, eles trocam um sorriso, um cumprimento tímido porque ele continua falando no celular e ela vai embora, com seu vestido, livre, leve e solta porque tirando o susto de vê-lo ali, ela já não sente mais nada. Como havia acontecido com ele, também conseguiram lhe arrancar o coração. E o tempo? Ah, poderoso tempo! Ele realmente pode fazer milagres!

quarta-feira, agosto 08, 2007

Diálogo entre dois amantes

Um mês de casado e ele já estava nos braços de outra. Há quem lhe dê razão, casou com uma estrangeira que só viria viver no país seis meses depois, era preciso aplacar a solidão.

Ela, por sua vez, estava cansada de não sentir nada e resolveu dar uma chance ao cara bacana. O mínimo que poderia acontecer era se divertirem, curtirem juntos. Mais que isso, talvez pudesse dar certo, talvez tivesse tempo de reverter a situação a seu favor.

Eis que num belo dia, bem, a mulher que era quase inexistente apareceu. Sobe BG com a música "meu mundo caiu"! Combinaram de se encontrar, este tipo de situação exige uma conversa.

Ele: eu não quero que sofra e acho que está sofrendo.

Ela: sim, eu estou sofrendo...

Ele: neste caso, o melhor a fazer é parar por aqui.

Ela: alguém precisa ser sensato. Até quando você pretendia levar esta história?

Ele: eu não coloquei nenhum prazo de validade.

Ela sorri e pensa que foi uma bela resposta, enquanto ele emenda: como ficamos?

Ela baixa a cabeça decepcionada com a própria decisão, mas resignada responde feliz: ficamos!

Paixão antiga


Eu não sei se toda mulher é assim, mas eu e algumas amigas temos recaídas constantes por amores platônicos. Uma é louca pelo Antony Keeds, a outra gosta do vocalista do Jamiroquai, uma pira no Jack Nicholson e eu alucino, volta e meia, pelo cartunista Angeli que, desde minha tenra adolescência, desperta em mim os instintos mais primitivos. Ai, de mim, como não gostar de um homem rabujento e gostoso como este?

terça-feira, agosto 07, 2007

Para evitar aborrecimento...

eu tento não me relacionar com:
- gente que fala o que quer sobre os outros, mas não tem coragem de assumir o que diz;
- gente que não possui ideais;
- gente que deixa a mesmice do cotidiano conduzir sua vida;
- gente que aceita perder a dignidade por medo de arriscar;
- gente que não se permite passar rídico;
- gente que nunca tem nada de bom a dizer para os outros;
- gente que aceita sentir-se morta, mesmo quando ainda está respirando.

Tirando estas, até que eu tenho uma boa relação com todas as outras!

segunda-feira, agosto 06, 2007

Partido Humanista do Brasil


Após 30 anos da criação do Partido dos Trabalhadores, vejo-me envolvida na campanha de legalização do Partido Humanista, talvez o único, depois do PT, a surgir das bases e com muito, muito esforço. Precisamos de apoiamento de 500 mil cidadãos brasileiros para que nosso partido saia, isso até o dia 3 de setembro. Já temos 100 mil! Parece piada, mas não é. Para melhorar a situação, não temos dinheiro para mobilizar as pessoas necessárias para a criação do PH.

Então, se você curte política e está em busca de uma alternativa aos partidos atuais, veja nosso spot no http://www.youtube.com/watch?v=my8Sb8Ret9s, acesse o site www.ph.org.br e conheça melhor a nossa ideologia e como fazer parte desta história. E, em 2008, é Lola para vereadora da cidade de São Paulo!

Os cinco pontos básicos do PH
1 - O ser humano como valor e preocupação
2 - A não-violência ativa como metodologia de ação
3 - O princípio da Opção
4 - A Não Discriminação e o reconhecimento da Diversidade pessoal e cultural
5 - Novo modelo econômico anti-neoliberal

quarta-feira, agosto 01, 2007

Coerência

Pensar, sentir e agir com coerência. Quando é que vou conseguir unir estas três coisas nas porras de minhas atitudes, meu Deus do céu? Ter a sensação de que por alguns minutos você teve a única opção certa nas mãos e jogou-a pelo ralo quando ele disse "e aí, como ficamos"? E você apenas responde "ficamos". Pior, a pergunta dele nem foi uma senhora frase de efeito. Foi simples, direta, certeira, na medida. E a coisa mais sensata era apenas dizer não, permitir-se dizer não. Não, não e não. Por que escrever é sempre muito mais fácil que dizer? Por que é tão difícil dizer não para as coisas que se deseja? Olha, eu daria meu reino por uma vida com menos questionamentos! Estou ficando com sono de mim mesma!

Festival Indie Rock


Alguns dias sem aparecer porque estou esbaforida de não fazer nada! Meu cérebro está atrofiando e sentar em frente ao computador para contar alguma novidade está difícil, exceto pelo fato de ter ido ao show da banda fofíssima - The Magic Numbers. Os caras fazem um som muito bacana, são talentosos, simpáticos, se esforçaram para cantar Baby, de Caetano Veloso, em português e de quebra, em pleno show denominado indie, cantaram o sucesso Crazy in love, de Beyoncé, para uma platéia pouquíssimo à vontade com o que seus ouvidos teimavam em escutar. Ah, que delícia!

segunda-feira, julho 23, 2007

Um dia perfeito


Há dias que começam sem a menor pretensão, um passeio combinado de última hora, você aceita para não ficar em casa curtindo dor de cotovelo e quando vê, simplesmente tem um dia perfeito como há muito tempo não lhe acontecia.

Paranapiacaba é uma vila de ferroviários linda, mágica, capaz de te levar para um tempo distante que você não conheceu, não presenciou, mas que consegue sentir a cada passo. A vontade de largar tudo e ir morar na vila é a primeira coisa que passa pela sua cabeça quando começa a avistar as casinhas de madeira, os jardins, o jeito manso de as pessoas falarem.

O dia ficou lindo, quente e azul, contrariando a época em que do nada a névoa desce e você precisa se empacotar todo para aguentar a friaca. Comida decente, água da fonte, trilha, mata, paz, sossego e ótimas companias. Um dia único, capaz de te tirar da rotina, dar um tempo nas angústias, no coração partido, um verdadeiro salvador - a beautiful day! São nestes momentos que descobrimos que se pode ser feliz com pouco. Uma sensação maravilhosa!

quinta-feira, julho 19, 2007

Antes do pôr-do-sol

Alguns filmes têm o imenso poder de falar muito sobre nós mesmos. É como se o roteirista soubesse exatamente como você se sente e colocasse isso na pele de dois atores bonitos de Hollywood, numa limosine que roda pelas ruas de Paris. O mais triste de isso tudo não é que você não é a atriz, nem que não vive em Hollywood com um bom salário e menos ainda que nunca foi a Paris. O mais deprimente é saber que o maldito roteirista escreve como se te conhecesse porque todo mundo é igual! Todo mundo sofre porque não tem o salário que quer, o emprego que quer, porque não tem a pessoa que gosta do lado ou porque não quer morrer. Pronto. Nascemos, vivemos, sofremos horrores por motivos que nos são universais e depois morremos. Grande, grandíssima merda!

Corta para mim, na limosine de Paris, falando com o motorista por que eu não quero falar com mais ninguém além do motorista!

"Fiquei surpresa de ver que eu lidava com a vida do mesmo jeito que faço agora. Eu tinha mais esperança e era mais ingênua, mas no fundo eu me sentia da mesma forma. Achei melhor parar de romancear as coisas. Eu vivia sofrendo o tempo todo. Tenho muitos sonhos que não têm nada a ver com a minha vida afetiva. Isso não me entristece, mas as coisas são assim. Ter alguém sempre por perto me sufoca. Só fico realmente feliz quando estou sozinha. Estar só é melhor do que sentir solidão ao lado de um amante.

Para mim, não é fácil ser romântica. Você começa assim ... mas depois de se dar mal algumas vezes, esquece seus devaneios e aceita o que a vida lhe dá. Não é verdade. Não me dei mal. Tive muitas relações sem graça. Não foram cruéis, me amaram, mas não havia uma ligação, uma emoção. Sabe o quê? Para mim, realidade e amor são contraditórios. É engraçado. Todos os meus ex-namorados estão casados. Os homens saem comigo, terminamos e eles se casam. Depois, ligam e agradecem porque lhes ensinei o que é o amor, os ensinei a amar e respeitar as mulheres. Quero matá-los. Por que não me pediram? Eu teria recusado, mas poderiam me pedir! Sei que é minha culpa. Nunca senti que era o homem certo.

O que significa isso? O amor de uma vida? O conceito é absurdo. Só nos completamos com outra pessoa. É sinistro! Sofri demais e me recuperei. Agora, não faço força alguma. Sei que não vai dar em nada. Parece que não ligo, mas estou morrendo por dentro. Estou amortecida. Não sinto dor nem excitação. Nem estou amargurada. Estou antes do pôr-do-sol".

E quando tudo parece bem...

vem minha má fortuna e joga tudo pelos ares. Fazer terapia há três anos deveria, ao menos, me impedir de cometer os mesmos erros, mas cada vez que cago e olho para o rastro o caminho é exatamente igual e eu me odeio por isso! E tudo isso por quê? Porque as pessoas têm uma arrasadora inabilidade para se comunicar e para fazer o que elas dizem que são capazes. Olha, certas pessoas me cansam e me incluo no pacote!

Quero ensaboar minha vida

terça-feira, julho 17, 2007

Dos problemas de se ter um blog


Olha só, dentre os motivos que me fizeram escrever um blog estão eu poder falar o que penso e escrever do jeito que quero, sem editores me torrando o saco, treinar uma escrita menos técnina que a linguagem jornalística pede - tipo "fora com o lead" - e aproveitar a porra do efeito catártico que escrever sobre as minhas tragédias pessoais me provoca. Porém, tudo isso fica muito difícil, quando pessoas lêem o que você escreve e vão pedir satisfações sobre o que você disse. Então, aos que me conhecem pessoalmente e acham que eu escrevo sobre vocês e se ofendem com isso, por favor, não leiam mais este caralhinho. E tenho dito!

quarta-feira, julho 11, 2007

Eu voltei ...

Cá estou, de volta a cidade grande. Cidade, paradinha sinistra, segundo Chacal! Tudo ainda passa pelos meus olhos em câmera lenta. Minha cama me deu torcicolo ontem e acordei com dor na lombar hoje. A da pousada era minúscula e eu não conseguia me mexer, acho que dormia e acordava do mesmo jeito.

Saímos de Parati na terça bem cedo. Na segunda, a cidade já não era mais a mesma! Não tinha nem metade do movimento dos dias anteriores. Estava sombria, melancólica, morta! Foi triste ver toda aquela estrutura sendo desmontada, desaparecendo, pedaço por pedaço, até não restar nada!

Os restaurantes voltaram a servir com a mesma lentidão anterior, mas agora com poucas pessoas quase não se notava, não incomodava.

No final, apesar da falta de educação dos ricos deu para aproveitar muita coisa, conhecer gente, escritores que vou querer ler um por um, ver Paulo José mediar uma mesa e participar de uma leitura com o Mário Bortolloto de deixar qualquer um completamente embasbacado e teve ele, claro, seu Guillermo Arriaga que disse uma das coisas mais apaixonantes da festa.

Sobre o ato de escrever, ele disse que começou quando soube que tinha uma infecção no coração e que provavelmente morreria naquela noite. Deitado, no hospital, olhou sua mão e pensou que na manhã seguinte, ela poderia ser um cadáver, como será um dia a mão de qualquer pessoa. Então prometeu a ele mesmo que, enquanto estivesse vivo aquela mão "acariciaria todas as peles que pudesse acariciar, quebraria todas as caras que pudesse quebrar e faria alguma coisa que me desse a oportunidade da trascendência"! Escrever é o que lhe permite transcender!

É isso. De volta a vida real, onde nem tudo pode ser dito ou feito com tamanha maestria. Outro dia me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse? Eu não soube responder. Hoje, eu tenho certeza que quero ser feliz e acariciar todas as peles que eu tiver vontade, quero ser verdadeira comigo mesma, quero usar as palavras da melhor forma possível sem ser leviana, apenas coerente com o que penso, falo e sinto.

Eu queria entender tantas coisas, entender cada palavra que me dizem e o que elas de fato estão sendo ditas, queria não me deixar enganar, não me deixar seduzir. A cada tropeço, e tem sido um ano de muitos tropeços, com certeza eu me aprimoro mais um pouco, mas a impressão que tenho é que nunca sei o bastante e isso é uma merda!

sexta-feira, julho 06, 2007

O lado b Flip

Sorte nesta vida é saber que para as coisas ruins existem também coisas e pessoas muito, muito boas. E neste sentido, o pessoal da produção é um espetáculo a parte! Como eles não possuem nomes nos materiais e blá, blá, blá vou dar nome aos bois das pessoas encantadoras de Parati. Didito, Wilma e Tago (o casal mais doce e bacana neste lugar), Damien (o inglês bonitinho que conseguiu autografo do Arriga pra mim), Diego (o hipongo que cuida dos autores), Pablo (o garçom da sorveteria), Paulinho (o técnico de som liiindo e que tá dando mole), André (o cameraman da Globo), Dimitri (assistente de publicidade da Globo), Karina (voluntária da festa) e Karina e Rafael (jornalistas da Época casados e a mais pura tradução do que é ser carioca sangue bom)!

Em uma festa literária, o melhor que pode acontecer é descobrir um autor que você ainda não tinha ouvido falar. No caso, meu achado foi o poeta Chacal, que participou da única mesa que consegui ver até agora - Uivos com participação do cantor Lobão. Lá vai uma das melhores coisas que ouvi dele.

Rápido rasteiro
Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.

Ai eu paro
tiro o sapato
e danç0 o resto da vida!

Chacal

terça-feira, julho 03, 2007

Notícias do fronte

Sumiço esporádico por 12 dias. Motivo? Freela na produção da Flip (Festa Literária Interncional de Parati). Olha, o que o sistema não nos obriga a fazer por dinheiro? Chego aqui achando que sentiria aquela maravilhosa sensação de derreter de tanto calor, voltaria bronzeada - o que é um absurdo devido a minha branquidão e que me divertiria horrores, apesar de estar trabalhando.

Desilusão, desilusão como cantou o poeta. Cara, o mundo é muito esquisito ainda mais quando você está em uma cidade pequena, prestes a receber convidados ilustres e a frase "você sabe com quem está falando - é proferida pelo menos dez vezes ao dia!

Pior são as pessoas que acham que porque você é de cidade grande vai querer sacanear com eles, então eles se acham no direito de te esculhambar antes, e de serem grosseiros, e de te olharem de cima pra braixo como se você fosse um imbecil que tivesse invadido a cidade alheia e tivesse que pagar por isso.

E a discussão sobre o nome da cidade ser escrito com y e não com i? Porra, Parati é um nome indígena (para = peixe) e (i = rio), ou seja, peixe de rio. Mas que raios querem colocar um Y em um nome indígena. Um monte de caiçara e indígenas na cidade e me vem com uma história desta? E a merda da sustentabilidade e da preservação da história do local que vá pro saco!

Aliás, qual história? Que caminho de ouro? Ouro carregado por escravos que tinham uma média de vida de apenas seis anos na cidade! E ninguém menciona isso!

Provincianismo é uma merda! Vips são uns bostas e eu caguei para todos eles. Cara, no final das contas vai todo mundo putrefar do mesmo jeito. As bactérias que vão comer meu corpo, quando eu partir desta para sabe-se lá onde, são as mesmas que vão comer este bando de cuzão! Terei que fazer uma ação humanista aqui antes de ir embora e tenho dito!

domingo, junho 24, 2007

Promessas ao vento

Havia prometido a mim mesma que não deixaria aquilo acontecer novamente. Eu nunca mais me permitiria sofrer daquela maneira. Não, aquilo não era pra mim. Paixão, amor estes são sentimentos pertencentes aos fracos. Eu sou a dona da razão, sou ela própria. Porém, com o tempo, abriu-se um imenso deserto dentro de mim, por mais que tentasse, nada, absolutamente nada era capaz de crescer ali. Então, pedi que o cosmo abrisse meu coração novamente, eu precisava senti-lo bater, pulsar. E mais uma vez, meu desejo foi atendido. E eu gritei, e chorei, e senti uma dor tremenda, e lembrei dos motivos que me lavaram à promessa - é doloroso demais realizar coisas com o coração, ser passional, não permitir que o tempo todo a mente te vigie e puna sempre. Estou preparada pra isso? Será que quero isso? Bem, eu costumava dizer que era a melhor dor do mundo, então vamos em frente com isso porque não sou mulher de muitas palavras e pouca ação, não sou eu quem diz coisas que não podem ser transformadas em realizações. Eu penso, falo e faço. No princípio era o verbo, no princípio era a ação, caminhemos de volta a ela então!

sexta-feira, junho 22, 2007

A vida é um cabaret

Coisas que não vou fazer porque arrumei um freela que vai me tomar muito tempo, mas que eu gostaria muito, muito de me dar de presente. Tem coisa mais despretenciosa que conseguir ir a um museu em plena segunda-feira à tarde ver Toulouse-Lautrec no Masp? Não, não tem. É a mais pura representação de que você pode ter uma vida hedonista, se você quiser! Sim, o pintor dos cabarés está lá, com toda sua oposição entre a vida da boemia e a tranquilidade de Paris. E eu aqui, postando e pensando em como eu teria gostado de viver naquela época. Ser uma puta, fumar, beber e morrer bem jovem, ou velha mesmo, mas como ótimas histórias para contar! Deus, transforme minha vida num cabaret, mas não me deixe morrer com a sensação de que eu não vivi o suficiente!

You are hot


Já diz seu Chico Buarque que "às vezes a gente se sente como quem partiu ou morreu", mas puta que pariu, como um "gostosa" no pé do ouvido, sem vulgaridade, acreditem, isso é possível, faz toda a diferença!

Pequenos desejos para uma sexta-feira...

- toda a leveza do mundo,

- conseguir viver o agora,

- recuperar a coragem da pessoa que tu sabe que já foi um dia,

- viver intensamente,

- paixão sem medo dos tombos que se pode levar no meio do caminho.

Como é que as pessoas permitem se estragar a este ponto?

segunda-feira, junho 18, 2007

Verdades difíceis de engolir

Olha, dizer que o mundo é injusto não é nenhuma novidade, mas eu juro que há dias que realmente a coisa é pesada e parece que você não dará conta de carregar o fardo nunca.

Então, para completar a sua miserabilidade, você pega a porra da linha Largo São Francisco - Grajaú lotada e começa a subir a merda da Brigadeiro Luis Antônio completamente congestionada. Em questão de segundos, sua mente transforma-se literalmente na oficina do Diabo. Primeiro você odeia as pessoas que estão sentadas e não se oferecem para segurar seus livros e caderno - sim, porque você não vai pra casa, mas pra aula ruim de antropologia; depois, você começa a enumerar as cagadas do dia: pegou ônibus errado para ir ao dentista, teve que pagar um táxi, desceu no ponto errado para ir ao novo trabalho, chegou no novo trabalho e não havia internet, ou seja, freelas parados! Mas você tentou, o tempo todo, desesperadamente, manter-se tranquila. Até que vem o famigerado telefonema da editora psicótica que assumiu o posto de outra e não parece feliz com a troca, dizer que você não havia entendido uma matéria que já havia sido aprovada, antes da vaca assumir o cargo.

Pronto, lá se foram todas as tentativas de manter a calma, de não se preocupar com os percalços porque eles existem mesmo, de respirar fundo, de não se desesperar, de não pensar em planos infalíveis para abandonar tudo, de achar que não dará conta do freela num evento que você adoraria participar, de ter que ser racional quando tudo que você deseja é sumir do mapa, de parar de desejar que alguém apareça em sua vida e responda a todas as suas perguntas de maneira que não se possa questionar nada, de parar de pensar que você precisa arrumar uma outra profissão porque esta sua é uma bosta, mas se dar conta de que você não se acha apta a fazer qualquer outra coisa! Mas principalmente, lá se vai a tentativa de acreditar que você ainda poderá viver num mundo mais humano.

E a porra da sua cabeça simplesmente te dá um segundo de descanso!

Obs: a tempo, tem coisa melhor nesta vida que gritar um belo PORRA quando se está a beira de um ataque de nervos? Olha, às vezes tenho a impressão de que esta é a única coisa que me impede de sair por ai caminhando, como o Forrest Gump, se bem que ele corria, e só parar quando encontrar a porra do fim do mundo!

sexta-feira, junho 15, 2007

A beleza salvará o mundo


Para Dostoiévski, a beleza poderia salvar o mundo! Salvar o mundo de quê? Fiquei pensando nas pessoas que são grosseiras a troco de nada; nas que insistem em entrar no vagão do metrô antes que as pessoas desçam - é preciso um mínimo de ordem, porra; em qum grita com uma criança quando ela faz qualquer pergunta que para um adulto pode até ser boba, mas para ela representa todo um mundo de descobertas e possibilidades; pensei no marido que bate na mulher; na mulher que não tem com quem contar para larga o salafra espancador; criança abandonado, no tráfico, cheirando cola; morrendo cedo, muito cedo!

Então comecei a pensar que em meio a tudo isso há dias como os de hoje, céu azul, sol, vento fresco, típico de outono; pensei nas vozes da molecada que estuda na escola em frente de meu apartamento - como gritam - quanta energia, quanto Eros em casa uma delas; então eu penso no prazer que é quando você simplesmente faz a coisa certa; no elogio de seu professor preferido; no cara que você mal trocou meia dúzias de palavras durante um ano e de repente é ele quem te dá uma das melhores noites da tua vida; penso num beijo bem dado; em pessoas trepando com vontade, sem medo de ser feliz e daí? Daí que Dostoiévski tem razão, só a beleza salvará o mundo porque quando se para e pensa sobre o que é bonito na vida, é impossível ser grosseiro, fechar os olhos aos horrores que são cometidos ao nosso redor, só pode se querer sair por aí e dar amor!

É, acho que um dos filmes do final de semana será Hair!

Aquarius - Hair

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius! Aquarius!
Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!Aquarius!
When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the dawning of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius!Aquarius!
Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!Aquarius!

terça-feira, junho 12, 2007

O mundo e seu maravilhoso caos


De repente você se vê sem dinheiro, tendo que ameaçar a gerente de seu banco a não cortar seu limite ou você corta os pulsos, doente, com febre e sem ninguém para te mimar - mimo é o mínimo que uma mulher precisa para se sentir bem-quista. Mas aí você começa a perceber mais de uma pessoa te olhando de um jeito diferente, você conclui que a febre deve ter acabado com os neurônios responsáveis pela sensatez, se é que existe isso! O bonitão fala que gostou de você e o bonitinho do sorriso lindo te dá um beijo, enquanto isso, o garotinho que você nunca havia dado trela te rouba um beijo na maior cara de pau e você pensa "deve ser a Parada Gay" não é possível!

Aí, você recebe duas propostas de emprego e dois freelas, todos para começar ou entregar na próxima segunda-feira. Você desacredita, mesmo assim aceita porque antes todas as mãos ocupadas que vazias. Então, você tem uma desinteria nervosa, percebe que seu cabelo está caindo demais, mas, porra, você tem opções, todas de uma vez, mas ainda assim são opções. Agora vem a pergunta que não quer calar "o universo nunca ouviu falar em um passo de cada vez"?

Tudo bem, assim também é gostoso!

quinta-feira, junho 07, 2007

Devaneios entre Freud e uma Alice desesperada

Coisas estranhas também acontecem com os psicanalistas e mesmo Freud sendo que é, não poderia fugir à regra. Certa tarde, uma Alice com os cabelos desgrenhados, rosto vermelho e lágrimas nos olhos adentra seu consultório, deita no divã e espera a pergunta...

Freud: o que houve?

Alice: perguntei ao coelho se ele me beijaria...

Freud: qual foi a resposta?

Alice: o sim mais seguro que já ouvi em minha vida.

Freud: e então?

Alice: pensei que somente o sim seria suficiente. Eu conhecia a resposta, mas queria ouvi-la. eu ouvi e quis mais, eu quis muito mais, mas ir até o final seria minha desgraça!

Freud: de onde vem tanta certeza?

Alice: de que ele não pertence ao meu mundo, nunca estaria comigo por inteiro e perder alguém que, por um certo tempo, fez eu me sentir alguém muito especial, mas que isso, dizer não foi muito difícil.

Freud: foi a melhor decisão?

Alice: ainda desejo, ainda quero, ainda fantasio, mas pela primeira vez permiti a mim mesma dizer não, porque dizer sim seria minha mais nova perdição, a repetição de algo que prometi a mim mesma não fazer mais, mas eu queria tanto.

Freud: então você conseguiu...

Alice: digo a mim mesma que sim, mas não me convenço. Porque acho que não lutei pelo que queria, mas o que eu queria não me faria bem. Ele é apenas o coelho correndo contra o tempo. E eu? Eu sou sua madame, seu brinquedo...

Freud: o que quer provar, Alice?

Alice: o que quero entender é a pergunta! Por que nos sentimos na obrigação de viver sempre no limite, intensamente, arriscando, mostrando aos outros e a você mesmo que tem poder? Por que a brisa suave não pode ser o caminho escolhido? Por que parecemos meio bobos quando escolhemos o caminho tranquilo? Quando escolhemos a proteção?

Freud: intensidade demais pode causar ataques cardíacos...

Alice: ufa, me livrei de uma!

sexta-feira, junho 01, 2007

Sexta-feira com Amélie Poulain

Sexta-feira, a cabeça ainda gira, o mal-estar é o suficiente para me impedir de pensar qua a partir de segunda-feira será a primeira vez, em seis anos, que não terei um emprego fixo. Espero o maldito montador do armário de cozinha chegar e ele nada, coloco o dvd da Amélie Poulain e tudo parece mais lindo do que nunca, enquanto isso, meu estômago avisa que existe e não há nada decente para comer. Os reflexos estão lentos, quero ser Amélie Poulain somente hoje, mas não sei, talvez ainda esteja bêbada demais para isso...

quinta-feira, maio 31, 2007

Desejos e uma garrafa de Lambrusco

E o ciclo se encerra, e com ele vai-se também metade de meus neurônios. Uma garrafa de Lambrusco entornada numa noite fria, permeada por desejo de simplesmente ser quem você é! Mas quem você é? Você é a pessoa que quer voltar a amar, você é a pessoa que quer tocá-lo, você é a pessoa que fica enebriada pelo seu belo sorriso, você é a pessoa que se contenta em saber que ele lhe daria um beijo, caso você pedisse, mas que poderia perfeitamente ir embora para sempre, sem jamais tê-lo, mas contente em saber que o teria, caso tivesse pedido! Você é a pessoa que quer arriscar, que quer perguntar "você me daria um beijo de despedida"? Você é a pessoa que quer ousar, mas que está cansada de correr atrás do mundo. Por que, ao menos uma vez na vida, o mundo, com seu maravilhoso sorriso, não pode correr atrás de você? Por quê? Porque é a única coisa que não sai de sua cabeça, enquanto ela gira, embebecida em um velho vinho, completamente embriaga de amor! Amor? Não, isso é apenas desejo! Por que é tão difícil não arriscar, não tentar se entregar ao que se sente? Medo de ser rejeitada? Às favas com a rejeição. Amanhã, saio de lá com a resposta que quero e mudo meu nome, se não conseguir isso. Um beijo? Um beijo seria mais do que peço aqui. Eu só quero a resposta: sim ou não e nada mais importa!
A Baco, ao deus que soube como ninguém honrar a própria existência!

quarta-feira, maio 23, 2007

Momento de sinceridade

Vou contar algo que só disse ao meu terapeuta: as pessoas têm me dado um sono incrível. Elas começam a falar mal dos outros e desejar o mal para os outros, sentem-se o umbigo do mundo, reclamam sobre o quanto a vida está uma merda, mas elas são incapazes de mover uma palha para modificar isso etc. Começo a ouvir toda esta ladainha e sinto, aos poucos, meu corpo deixando o ambiente, eu passo por vários lugares, geralmente praias desertas com um sol maravilhoso, um calor agradável e um mar azul incrível. Não resisto, caminho até ele e simplemente me deixo levar por suas ondas, seu movimento me embala e conforta. Olha, eu acho mesmo que durmo!

Carta aberta aos homens por Xico Sá


Ontem foi dia de ginecologista. Não, não estou com fungos, mulher depois que trepa se fode literalmente. Todos os anos temos que fazer uma porrada de exames, afinal, temos útero, ovários, trompas etc.

Chego no consultório e o ginecologista hipongo que insiste em me convencer a ter um filho pergunta se estou namorando. Eu respondo que não. Ele pergunta o motivo e eu digo que todos os homens que valem a pena são gays ou casados. Ele diz que é uma reclamação legítima, eu não sou a primeira pessoa a dizer isso. Penso mais um pouco e digo que os que não são gays, nem casados são frouxos. Ele não responde! Saio de lá com a lista de exames de praxe e uma receitinha de remédio para TPM porque há 15 dias da coisa, eu já estou alucinada. Ele receita a vitamina porque tem pena dos homens. Ah, o humor judeu!

Minutos depois, encontro um amigo do Movimento Humanista e me pego com a mesma conversa, só que este é casado com uma boliviana que está morando na Bolívia. Prático, não? Ai, vale o questionamento: os casados são ousados, ou são ousados porque são casados?

Chego em casa, pensando no maldito casado do trabalho que está no processo de me dar linha pra depois me abandonar. Nos vai e volta, no pouco tempo que tenho para decidir se cago ou libero a privada e em meio a estes devaneios, leio o blog do Xico Sá e descubro que ainda há homens que sim, honram as calças que vestem. Leiam, divulguem e aprendam!

Carta aberta aos homens por ele, Xico Sá

Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobres moços, neste panfleto testosteronizado. Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.

Destemidas fêmeas, caso notem que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, recortem e colem nas geladeiras , tirem uma cópia e preguem no banheiro, na mesa do computador, na cabeceira, deixem esta crônica grudada na tv, mas não antes do futebol, pois há o risco de simplesmente ser ignorada, enfim, me ajudem para que esta minha carta aberta aos rapazes chegue, de alguma forma, ao alcance deles.

Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito. O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.

Cabróns, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos.

Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas? Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte.Ora, mandem nem que seja uma mensagem de texto delicada, seus preguiçosos, seus ordinários. O que custa um telefonema gentil, queiramos ou não dar seqüência à historia?!

Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noite, ora direis, ouvir estrelas!

Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.

Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós. Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô cafuso”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e felicidade possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?

Amigos, mulher não é para ser temida, é para nos dar o melhor da existência, para completar-nos, nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora. Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.

Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida. Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade.

sábado, maio 19, 2007

Das coisas simples da vida


Quando eu pensei que não poderiam criar nada melhor que pão de queijo, eis que juntam a melhor invenção mineira a polenguinho. Deus, bem ditos sejam as pessoas que têm idéias como estas!

quinta-feira, maio 17, 2007

Chiliquei Reloaded


Desdobrando os acontecimentos do meu chilique da semana, quero dizer aos navegantes que me sinto melhor. Ainda estou com crises de ansiedade, mas isso passa daqui duas semanas - alívio. Mas alívio mesmo é sentir que são em momentos de crise que escutamos as piores coisas, mas que elas vêm acompanhadas das melhores coisas.

É saber que um grande amigo de muito, muito tempo, não hesita em dizer que te ama quando você mais precisa! É saber que aquela garota que tu acha inteligente e que teu santo bateu com o dela de cara, vira pra você e diz que tu é um arco-íris! Não importam as distâncias, nem o tempo que passam sem se verem, eles simplesmente te conhecem bem, às vezes, melhor do que pessoas que estão ao seu lado sempre.

Neste ano, caras, devo ter escutado coisas que pagaria milhões para não tê-las escutado. Mas elas valeram, porque me trouxeram outras tantas que, caralho, me dão certeza de que ao menos estou sendo coerente comigo mesma, com minhas verdades, as verdades que carrego comigo e que me dão senso de justiça, de virtude, de dignidade! O resto? Ora, pois, o resto, como diz Angeli: "foda-se, foda-se, foda-se. De hoje em diante não usarei mais roupas..."

quarta-feira, maio 16, 2007

Crises dos sete anos


Decidida a decifrar ou devorar-me, procuro no Saint Google a tal teoria de que a vida estaria dividida em ciclos de sete anos. Well, eu queria algo mais específico do tipo "algo vai ficar muito bom, ou algo vai ficar muito estranho", mas o que encontrei foi o seguinte: "entrando em contato com muitas, muitas pessoas, de repente alguma coisa dá um clique que nunca deu com qualquer outra pessoa. E isso clica com tanta certeza e tão absolutamente, que você não pode nem mesmo duvidar. Mesmo se você tentar duvidar, você não conseguirá. A certeza é tão tremenda. Com esse clique vocês se acertam. Entre os vinte e um e os vinte e oito, em algum lugar, se tudo correr bem do jeito que eu estou dizendo, sem interferência de outros, então vocês se acertam. E o período mais agradável da vida vem dos vinte e oito aos trinta e cinco: o mais alegre, o mais pacífico e harmonioso, porque duas pessoas começam a se derreter e a se fundir uma com a outra". (http://www.oshobrasil.com.br)

Well, e quando as pessoas precipitam as coisas a já passou por tudo isso antes dos 28 anos? E se eu não encontrar mais ninguém decente? Pior ainda, e se eu não for encontrada? Porque deviso aos sucessivos erros das últimas experiência eu decidi deixar que o amor me encontre?

Por mil morcegos, Batman, por que viver tem que ser tão complicado? E ainda me colocam matemática na parada!

segunda-feira, maio 14, 2007

Chiliquei


O verbo "chilicar" deriva do substantivo "chilique". Hoje, confesso que chiliquei. Pronto, finalmente redescobri o que é ser um ser humano normal, com todas as mesquinharias que há tempos tinha deixado no fundo do baú, após colocar uma pitada de ensinamento budista na minha vida.

Hoje, a garota que ficará no meu lugar, no emprego que estou de aviso prévio, foi até lá assinar umas babaquices. Sabendo disso, achei melhor dizer aos que ainda não sabiam que dia 8 de junho é adiós definitivo. Parte triste, mas eu já havia dito às pessoas que gosto mais, então hoje foi fichinha, pensei eu. Mas tudo veio a baixo quando eu vi a cara da fedelha que deve ter um papaizinho cheio de grana no bolso para mandá-la a Londres, pagar curso na Panamericana de Artes e bancar o salário miserê da criança! Pobre garota, mal sabe o estrago que fez. Juro que serei legal com ela, mas eu precisava jogar pedra, bosta e o que mais tivesse a meu alcance em alguém, minha Geni foi ela!

Sim, eu surtei! Sim, eu tenho um maldito coração que ainda pulsa, sim eu estou frustrada porque esta porra não deu certo e a única coisa que me alivia é saber que não terei mais minha ex-amiga como chefe, sim eu estou morrendo de ciúmes da garota, eu não quero que meus porteiros preferidos, as copeiras, e a estagiária de educação, e a assistente de eventos gostem mais dela do que de mim! Ai, pronto, disse, falei, coloquei pra fora esta coisa ruim!

Psicótica, ligo para o terapeuta e peço pelo amor que ele tem à própria vida que me atenda ainda hoje. Lindo, ele me atende e diz que eu preciso começar a me despedir internamente destas pessoas, ir me desapegando e pensando que, com algumas, ainda terei contato, mas que outras passarão, ao lado de uma infinidade de pessoas que já seguiram o mesmo rumo.

Disse a ele que queria ser uma rocha, que não queria sentir nada, que estava indo muito bem neste propósito de virar um mineral, mas que hoje foi um fiasco total (Deus, eu fiz uma rima)! Lembrei que foi o primeiro lugar em anos que consegui ficar quieta por pelo menos seis meses. O Neurônio foram cinco anos, mas não conta porque eu praticamente não ficava lá. Enfim, foi assustador perceber que ainda há uma gentinha habitando meu corpo e ela é um disbunde. Era uma vez eu mesma, mas tive que matá-la!

quinta-feira, maio 10, 2007

O presente de despedida perfeito


Consegui ser mandada embora! O que eu estou sentindo é o que todos me perguntam. A única resposta que dou é que me sinto aliviada! Feliz, com vontade de dar muita risada, de tirar a pedra imensa que eu estava carregando em minhas costas. Estou contando os dias como uma presidiária! Dia 8 de junho nunca, nunca esteve tão distante.

Se eu sinto alguma tristeza? Sim, apenas uma - talvez eu nunca mais veja aquele sorriso lindo! Eu dei a ele um presente de aniversário com um cartão cheio de segundas intenções, nada explícitas, para ver o quanto é inteligente e me deliciar com isso.

Queria que retribuísse, queria que me desse um presente de despedida: uma piscina, uma banheira de hidromassagem, uma cachoeira, uma praia deserta, céu e mar azuizinhos, sapatos Prada, sorvete Häagen-Dazs, perfume Lovely by Sarah Jessica Parker, um pijama de seda vermelho, uma noite tórrida de amor com Geoege Clooney – se ele não puder vir ao Brasil, serve um michê parecido, flores do campo, um jeep vermelho, um casaco de cachemere, uma langerie Victoria Secret, os DVDs do Sex and the City ou Seinfield, o acústico do Lobão, poesia ao pé do ouvido – sacanagem também serve, um céu estrelado, uma brisa fresca, um beijo roubado...

sábado, abril 28, 2007

Hummmmm, sei

"Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores"
Gibran Khalil Gibran (1883-1931), filósofo e escritor libanês

sexta-feira, abril 20, 2007

Imagética por demais


Sim, amiguinhos, estou imagética por demais, mas isto é uma das melhores coisas que o Senho André Dahmer já fez. Com vocês Monsueto Free Style.

quinta-feira, abril 19, 2007

Se eu encontrasse um gênio da lâmpada...

ele não precisaria me conceder três desejos, bastaria um - que eu fosse completamente feliz por um mês apenas, mas que este mês valesse casa segundo. Eu não me preocuparia com dinheiro, com trabalho, com chefe incompetente, com amores e desamores, não pensaria se vou demorar muito para arrancar de dentro da minha cabeça esta coisinha à toa que teve um filho ontem e estava dando em cima de mim, enquanto a mulher paria no hospital. Não precisaria me preocupar em como terei que se forte para dizer não, enquanto meu corpo todo só diz sim. E também, queria a possibilidade de me refugiar numa praia deserta com água quente toda vez que quisesse, durante este período. E sentiria paz, sempre, o tempo todo. E flutuaria sempre que quisesse sentir o vento quente no meu corpo! Depois deste período, o mundo poderia desabar sobre a minha cabeça, contando que eu tivesse podido experimentar tudo isso!

quarta-feira, abril 18, 2007

Sedução

Sedução: 1 Ato de seduzir ou de ser seduzido. 3 Dom de atrair ou de seduzir, próprio de certas pessoas. 6 Atrativo a que é difícil ou impossível resistir. 7 Encanto, atração, beleza de formas ou de estilo que prende a atenção geral.

Putz, e não é que o infeliz é tudo isso? Mas, após repetir o mesmo padrão de relacionamento e descobrir que meu universo masculino é permeado por homens gays, ou heteros casados e/ou comprometidos, eu me recuso a deixar seduzir. Agora, tenho o corpo fechado para o amor, como dizia o pescador Nô, do seriado Riacho Doce. Aliás, eu fui até lá, no seriado, pedir que a Vó Manuela, me fizesse a gentileza de fechar meu corpo para estas coisas que simplesmente nos tiram da razão, do eixo, nos colocam nas nuvens e nos dão uma alegria danada de boa!

Então é isso, hoje a terapia foi pra lá de boa e o psicólogo resolveu lançar a idéia: se você resistir a esta sedução, a todo este encantamento você terá uma dimensão da importância que algumas pessoas ainda têm em sua vida. Se você não resistir, tudo bem, não tem problema, mas a resposta também estará na sua frente.

Ótimo, a única coisa que estava me dando uma certa alegria agora vai virar provação! E eu continuo não consegundo ser feliz o tempo inteiro, como Wander Wildner, só me resta fazer um "iê iê iê"!

terça-feira, abril 17, 2007

Hora de mandar a casa do Sr. Caralho


Há momentos na vida da gente que temos que tomar atitudes drásticas, trágicas, dramáticas, mas ou é isso tudo, ou é a sua dignidade que vai pro saco. Como eu curto uma dignidade, mandarei todo o resto às favas.

Sim, sim, após dizerem que não podem me dar R$600,00 de aumento, mas oferecem 35 mil para uma senhora vir trabalhar na instituição respeitadíssima que atuo, só tenho algo a dizer: vão todos para a casa do caralho! E não é um caralho bonito, duro, viril. É um pequeno e do tipo suflê, porque o bonitão todo mundo gosta!

Olhar pra mim e dizer que sabem que eu preciso sobreviver? Meus filhos, eu preciso é viver. Vê lá se sou mulher de sobreviver!

Por isso de agora até a hora que resolverem me dar o pé na bunda definitivo é o seguinte. Sairei mais cedo hoje, para terminar meus dois freelas. Se não quiserem que eu saia mais cedo tudo bem, mas eu vou fazê-los daqui. Saio a hora que quiser, sempre que tiver uma entrevista pra fazer, ou que eu esteja me sentindo oprimida demais e precise respirar ar puro! Qualquer unha encravada me deixará de cama em casa!

Não, uma hora a gente precisa devolver os chutes que dão na gente e fazer muito sexo é claro, quem faz sexo, faz a revolução humanista e não sai atirando nas pessoas igual ao malucão de ontem. Vocês não vão me transformar numa pessoa frustrada que vende a dignidade por qualquer milão.

"Eu ainda estou viva, seus desgraçados"! - Paráfrase de Papillon

Zombie

Enquanto digo que não estou me aguentando em pé de tanto cansaço, de tanto trabalhar, de tanta vontade de dormir por uma pequena eternidade, minha mãe me olha e diz com a maior cara de ué, como fala uma amiga, "tudo isso porque você não reza e se separou do marido".

Well, mãe, em homenagem a todo este seu sarcasmo, eu prefiro entender desta maneira, se você disser que o Deus que eu devo rezar é o mesmo daí de baixo, eu faço!


Zombie Zombie Zombie
What's in your head, in your head
Zombie Zombie Zombie
* Colaboraram sem saber André Dahmer e The Cramberries

terça-feira, abril 10, 2007

E eu vi o demônio


Eu sempre tive medo da Secretária de Estado dos EUA, Condolleeza Rice, apesar de ela estar distante e, aparentemente só fazer mal aos pobres iraquianos, além de acabar com a imagem de que as mulheres podem ser mais humanas que os homens politicamente. Well, agora tenho certeza que meu medo não é infundado. Botem reparo na cara da cidadã. É ou não é o próprio capeta?


domingo, abril 08, 2007

Desejos para outra encarnação - Parte 2


Eu me recuso a ser bipolar na próxima encarnação. Hoje, já tive uma crise histérica por conta de um sapato e meu cartão de crédito que foi bloquado pelo banco, e o cartão da conta salário que foi bloqueado pelo caixa eletrônico porque eu não consigo lembrar a porra das letras. Que merda! Quem inventou que senha tinha que ter letras além de números?

Deixo o guarda-chuva na loja do sapato lindo, não volto pra buscar, penso em me matar, sim, por causa de um sapato lindo vermelho e caro! Aí, lembro que uma amiga, sempre que pode, me joga na cara que sou a desgarrada da turma e isso me magoa. Lembro que preciso ir trabalhar num lugar que estou odiando e isso me mata aos poucos. Então lembro que há mais de um ano não consigo me apaixonar por ninguém e isso dói. Aí, penso no texto de antropologia que tenho que ler, em como minha casa está suja, nas contas para pagar, que eu preciso colocar um ponto final em determinada história, que preciso voltar pra casa da minha mãe porque estou perdida e porque não aguento mais sentir este caralho de solidão.

E eu simplesmente estava bem ontem. Estas oscilações de humor acabam comigo. E eu nem estou na TPM, ela já foi. Eu não quero tomar mais os remédios que me deixam grogue, pô, eu só queria a porra do sapato vermelho, meu guarda-chuva que ficou com o moço e minha dignidade. Devo tê-la deixado em algum banco de ônibus. Se alguém encontrá-la, por favor, devolva-me!

Agora, para matar de vez, Chico Buarque!

Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar....Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro voluntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma. (Chico Buarque)

Três perdidos numa noite escura


Somos três pessoas diferentes, eles dois são os amigos que acredito serem os mais antigos. Sim, 12 anos de amizade é um bom tempo, sem levar em consideração que somos as pessoas mais diferentes do mundo, ou seja, de longe, ninguém jamais diria que seríamos tão chegados. Já rimos, já choramos, já jogamos nossas verdades na cara um dos outros, já mudamos de opinião, já ficamos muito tempo sem se ver, mas sempre estamos juntos, lembrando de coisas que foram feitas ou ditas, pensando "preciso contar isso pra eles" quando alguma tragédia ou comédia nos acontece.

Well, hoje, mais uma noite escura na qual nos encontramos, em meio a um "garçom, o cardápio" eu viro e pergunto e aí, qual foi a última crise existencial? Ele me vira e diz "eu sou gay". Eu dou uma gargalhada enquanto pergunto ao garçom se o taco é grande! Ele repete que é gay, e eu começo a levar a sério, mas aí a gargalhada vira uma risada nervosa, enquanto o terceiro elemento diz que vai embora.

De repente, nós esquecemos o garçom e os tacos para ouvir o que precisa ser dito. Choro, risada, alívio, conforto, verdade e a sensação de importância que temos na vida de algumas pessoas que viram pra gente e dizem "eu precisava contar pra vocês primeiro"!

Meu caro, amigo, quem diria, jogamos no mesmo time! Minha cara amiga, sofremos mais uma baixa - um cara a menos que vale a pena foi-se pro lado de lá! Não importa o que os outros vão dizer, eu sempre estarei por aqui, por ali, mas, como no filme "O casamento do meu melhor amigo", disposta a surtar e cantar, no melhor estilo Aretha Franklin, porque tenho bom gosto: I say a little prayer for you, Forever,and ever, you'll stay in my heart!

Aretha Franklin - I Say A Little Prayer
The moment I wake up,
before I put on my make up
I say a little prayer for you
While combing my hair now
And wondering what dress to wear now
I say a little prayer for you

REFRÃO
Forever,and ever, you'll stay in my heart
And I will love you
forever and ever we never will part
Oh, how I love you
Together,together that's how it must be
To live without you
but only be heart break for me
I run for the bus dear,
while riding I think of us, dear
i say a little prayer for you
At work I just take time,
and all through my coffee break time
I say a little prayer for you
My darling' believe me,
for me there is no one but you
Please love me too
I'm in love with you
Answer my prayer
Say you love me too
Why don't you answer my prayer, yeah
You know every day I say a little prayer
I say, I say, I say a little prayer

quinta-feira, abril 05, 2007

E um momento de ternura

Tudo bem, eu confesso, quando ligo o computador, há duas coisas que faço: uma é ler meu horóscopo, sim, eu leio! A outra é ver a Galeria de Fotos da Folha Online e escolher uma imagem que me deixe embasbacada, durante alguns minutos, e me faça pensar que "porra, o mundo é um lugar medonho, daqui a pouco vou ler um monte de notícias ruins, estou no mundo corporativo desumano, mas, às vezes, vale muito a pena viver nele"!

É simples, é bonito, é singelo é tudo o que se precisa para colorir um dia cinzento!



Mulher japonesa admira flores de cerejeira no castelo Atami, na Província de Shizuoka, no Japão (13h40)


Gotas de Cólera - Parte 2

Odeio o mundo corporativo e gente cuidando de sua vida, nesta merda de mundo corporativo. Se ao invés disso, as pessoas se preocupassem em escolher parceiros sexuais que lhes satisfizessem, elas seriam muito mais felizes, e eu não teria tanta gente mal amada cuidando da minha vida! Ah, vão trepar! Nem que seja com vocês mesmos!

Gotas de Cólera - Parte 1


Não venha dizer que foi sincero, homens que não têm coragem de dizer que têm namoradas, merecem os chifres mais ornamentados da Terra!

Obs: e poupe-me de explicações, porque eu vou me sentir obrigada a me explicar também é isso é um porre!

Desejos para outra encarnação - Parte 1


Eu quero um sistema esquelético perfeito!

domingo, abril 01, 2007

Dias de cão


Se eu tiver uma semana pior que esta que passou, juro que vou para uma ilha deserta linda e lá, olhando para o mar, eu corto os meus pulsos e vou!

Depois da segunda-feira, quando descubri o noivado do suposto cara legal que não disse que tinha namorada, terça-feira, foi a vez de eu perder mais de três horas de trabalho, por causa de um pau no computador. Após refazer tudo, aos prantos, começo a digitar e arrumar o trabaho de Filosofia, durmo apenas duas horas, entre terça e quarta-feira.

Acordo cedo para desmarcar a terapia, e eu precisava tanto falar, chego atrasada ao trabalho porque perdi a porra do bilhete único em casa e só me dei conta no ponto de ônibus, voltei e procurei o dito por mais de meia hora, enquanto pensava que aquilo só podia ser um sinal, uma provação divina, que talvez fosse meu anjo da guarda impedindo que eu saísse porque uma bigorna da Acme cairia na minha cabeça.

No busão, ligo pra minha mãe e começo a chorar e dizer que eu quero ir para um praia deserta e não voltar mais, que não aguento esta vida, que quero sair correndo gritando pelada.

Desligo o telefone e uma moça sentada na minha frente se vira, dá um sorriso e diz: "você está tristen né: Tome, leia isto." Ele me entrega um livro chamado "Otimismo todo dia".

A página 173 traz a seguinte mensagem: "Para amortecer os golpes da sorte, resistir às perdas inesperadas, às notícias decepcionantes, aos atritos e problemas, e despertar o prazer de ser bem-sucedido, aprenda a ser paciente, a não ferir ninguém.

Normal é a luta da vida e é para esta luta que você está aqui.

Veja as complicações como superáveis, cada qual deixando ensinamentos que, somados uns aos outros, fazem você experiente e seguro de si.

Mesmo a custo, mantenha a apreciação inteligente, a face calma e o olhar amigo, pois todos querem compreensão.

O bambu se dobra ao vento para não quebrar".

Well, li isso umas três vezes e depois pensei "ótimo, agora eu desperto a compaixão das pessoas na rua, devo chorar mais ou agradecer a moça pela solidariedade?" Preferi a segunda opção porque, cara, é tão difícil alguém se importar com o que você está sentindo sem nem te conhecer. Queria poder falar com ela, agradecer muito, mas meu ponto estava chegando e só deu tempo de dizer "muito obrigada" e ela me dar o livro. Isso foi bonito.

Chego no Gueto de Varsóvia com a cara da Odete Roitman e fico com os óculos escuros por um bom tempo. Minha cehfe vem perguntar o que aconteceu, eu digo, como se ela tivesse mesmo se importando. Não estava, tanto não estava que, com a sutileza de uma paquiderme, bem na hora de eu sair para a aula, ela resolve conversar sobre o meu trabalho na cozinha, um lugar muito apropriado, já que passa ao menos uma pessoa a cada dois minutos, e ouve tudo que só diz respeito a você ouvir. Peço para sair dali, digo que se está insatisfeita pode me mandar embora, mas tudo o que ela consegue ver é que tenho algo pessoal contra ela.

Sério, eu tenho mais o que fazer, ela não é o centro da minha vida nem das minhas atenções. Meus problemas não justificam meus "altos e baixos" de produção, eu não coloco eles como justufucativa e não admito que ninguém além de mim fala isso. Sinto muito. Por um tempo, eu quese pensei que realmente eu era uma profissinal ruim. Mas tenho feito outras coisas e sendo muito elogiada por todo mundo, então, sorry, o problema não é comigo.

Resolvo fazer uma planilha com todas as minhas atividades diárias que será anexada aminha carta de demissão, que será entregue em breve - amém, Jesus!

Sexta-feira, tudo parece bem,exceto pelo fato de eu não ter ido na acumputura porque a chefe marcou uma entrevista com estagiário bem na hora que eu deveria estar na consulta. Pra não dizer que não coopero, desmaquei a acumputura e depois de um dia surtado, durmo fora porque tava sem saco de ir para a casa.

No sábado, para fechar a semana com chave de ouro, chego em casa e encontro o armário de cozinha no chão, com todos, todos os copos quebrados e o maldito gato de baixo de tudo miando.

Eu me recuso a ver, a acreditar e principalmente levantar o armário e ver o gato em seus últimos miados sozinha. Chamo meu salvador, ele vem, me salva, me ajuda a jogar tudo fora, inclusive o gato, que não estava morto, mas que eu queria matar porque como é que aquela praga detorna um armário de cozinha, coloca ele abaixo, quebra tudo?

Ainda no sábado, vou à reunião dos humanistas e invoco com o fato de "aparentemente quem não está conosco, está contra nós". Isso é irritante, principalmente quando vem
de pessoas que pregam a diversidade! Falo o que penso e me sinto aliviada, não gosto de radicalismos e se for assim, prefiro cair fora. Vamos ver como as coisas vão caminhar depois do desabafo!

A semana começa hoje, eu espero que nada mais dê errado porque eu não vou aguentar! Se alguém souber o nome de uma benzedeira, please, eu preciso.