quarta-feira, março 29, 2006

Malices para passar o tempo


"A vida é a arte do encontro, apesar de haver tanto desencontro nessa vida". Vinícius de Moraes

Ah, driblei a tarântula guardiã dos meus cartões de crédito da carteira e comprei o CD do documentário "Buena Vista Social Club" - o DVD eu já tinha. Caras, fazia tempo que não me dava algo tão bom! Caro, es verdad, pero vale cada moneda!

Para oír um poquito, venga acá!

Momento lindo

O psiquiatra receitou o bom e velho Daforin associado a Rivotril - este é novo na minha lista. No geral, sinto que a alma está se recuperando. O dia poderia ser perfeito se não estivesse tão cinzento. A beautiful day - nada seria mais maravilhoso hoje!

Finalmente, esta droga de mês está acabando! De bom, teve o encontro com o Dimenstein e o filme "Os incompreendidos" de Truffaut, o debate hilário sobre as charges de Maomé, com o presença do homem de minha vida Contardo Calligaris e com Reinaldo Azevedo, verdadeiro showman - poderia amá-lo também, se não fosse tão "tucano" - e a descoberta do Movimento Humanista - escreverei mais sobre isso, mas antes preciso entender melhor.

Ah, também tem o festival de documentáriosÉ Tudo Verdade. Pretendo me dedicar aos filmes latinos, mas hoje, só se for de bote.

Vamos ver como a vida anda com a ajuda dos amigos tarja-pretas!

Aloha!!!

You makes me sick...

You makes me sick, so I need to take drugs
You makes me sick, so I need to write bizarre things
You makes me sick, so I need to think so much

To think so munch makes me sick, so I need to cry so much
To cry so much makes me sick, so I need to imagine others worlds
To imagine other worlds makes me frustrated, so I need to die

To die not is so easy, so I need to desist...

terça-feira, março 28, 2006

Aviso aos navegantes

Pessoais, acreditem, esta fase vai passar. Acho...

Amanhã, tenho consulta psiquiatríca, estou fazendo teatro, participando do Movimento Humanista e iniciarei um curso de mitologia grega. Se nada disso der certo, eu largo tudo e viro hippie.

segunda-feira, março 27, 2006

Eloisa to Abelard


Mais uma vez, "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" foi inspirado em poema escrito por Alexander Pope, intitulado "Eloisa to Abelard". O trecho abaixo é citado no filme por Kirsten Dusten.

"The world forgetting, by the world forgot
Eternal sunshine of the spotless mind!"


Gostaria de postar, mas é imenso, então, quem quiser ler o poema todo, pode se divertir com o link Eloisa to Abelard.

Brilho eterno de uma mente sem lembranças


Se tivesse a chance de escolher algo que só acontece nos roteiros cinematográficos para transformar em vida real, não tomaria um drink no inferno, nem experimentaria a máquina de orgasmo de Barbarella. Se pudesse escolher algo, com certeza, apagaria algumas pessoas de minhas lembranças.

Como Clementine fez com Joel, também me submeteria ao tratamento experimental que, simplesmente, apaga certas pessoas de sua vida e faz com que elas nunca tenham existido. Vão-se com elas todo sofrimento desesperado, todas as coisas sem sentido que passamos horas do dia pensando e que, na verdade, não mudam a ordem dos fatos, só servem para levar embora a tão preciosa paz de espírito a que todos temos direito!

Definitivamente o cérebro é o órgão mais traiçoeiro que temos! Você não pode tomar nada para evitar más lembranças, para fazê-lo parar de pensar, para provocar uma amnésia eterna em determinados pontos obscuros da vida.

Sim, viver tem se mostrado uma atividade cada vez mais cansativa!

quarta-feira, março 22, 2006

Há algo de podre no reino da Dinamarca quando...


Você tem 27 nos, seu psicólogo diz que precisa fazer coisas diferentes para se sentir viva e recuperar perdas, mas todas as atividades que te atraem são destinadas às pessoas da terceira idade!

De la serie "los consejos de mamá"

"Hijo, la vida nos convierte, a veces, en lo que realmente no somos". Mucho sábia la mamá del Pedro Pablo Oliva.

terça-feira, março 21, 2006

De como nascem os príncipes encantados...


Desde aquele último encontro, o encontro do adeus, a visão que tinha sobre o amor andava distorcida. Passou a duvidar de que aquela dor medonha que se sente ao gostar e não ser correspondido, aquela ansiedade que consome a alma porque ele não ligou, não escreveu um e-mail, não mandou um torpedo, enfim, te ignorou sumariamente, a dor que todos os rejeitados bem conhecem, realmente fosse mesmo a única que valesse a pena ser sentida nesta vida.

Sentir-se vazia, murcha, completamente sem graça e sem a menor vontade de abrir o coração para novas possibilidades. Esta autoproteção nem de longe faz parte de sua natureza. Ela é quem arrisca, quem não tem medo de chorar e gargalhar até a exaustão, aquela que se entrega ao que sente, que é apaixonada pela vida e principalmente sabe vivê-la e muito bem!

Então, durante um almoço barato, ela não está certa se foi efeito do peixe ou da batata temperada, só sabe dizer que teve uma visão que provavelmente mudará tudo o que sempre pensou sobre a busca do homem ideal. “É deste jeito que devem nascer os verdadeiros príncipes”, pensa. A mulher que o procura, em algum momento, deve ter se decepcionado muito, mas muito mesmo. Ela deve ter escutado coisas maravilhosas de um homem que, em alguns dias, parecia não ser o mesmo das palavras escolhidas a dedo para lhe fazer sentir a pessoa mais importante do mundo. Ela também deve ter pensado em só ter relacionamentos superficiais, meros passa-tempos, em namorar homens burros, ou, se fossem calhordas, que fossem pelo menos calhordas ricos.

Porém, isso não é o ideal de ser mulher. Ela foi criada para amar, obedecer aos maiores caprichos de Eros, lutar intensamente contra Tânatos, transformar meninos em homens e mostrar a eles o por quê de nossa existência.

Então, como uma última chance à humanidade, ela resolve acreditar que, em algum lugar, o príncipe encantado a aguarda! Ele não precisa usar armadura, nem estar montado num cavalo branco. Basta ser sincero, não criar poesia para tirá-la de sua órbita e depois jogá-la no fundo de um poço qualquer. Não precisa ser fiel – nisso ela definitivamente não acredita – mas precisa saber a hora de pular fora para não magoá-la. Precisa respeitar seu silêncio, ouvir suas neuroses, ter bom humor, gostar de crianças, fazer planos mirabolantes para o futuro – mesmo que tenha a certeza que eles nunca serão realizados - e, claro, ter mãos e língua habilidosas!

Somente a crença num homem como este poderia fazê-la tentar de novo, e mais uma vez, e mais outra até encontrá-lo, num belo jardim com gérberas vermelhas, lendo Proust e aprendendo a buscar o tempo perdido.

E é assim que, há milhares de anos, a preservação da espécie tem se mantido, graças à crença inabalável de que o príncipe encantando existe, é só você procurar com cuidado!

quinta-feira, março 16, 2006

Ode to humor in my life


In my life, humor is what gives me
the capacity to valorize how comic,
pictorial or non sense my life can be.

It is humor that makes me laugh out of my tragedies
of my failures, of all the shit I make on all of
those moments you really shouldn't have.

To be able to realize how pathetic you are or were
To be able to be ironic with yourself
To face your weaknesses without being afraid to show the whole world
That your life is a circus, but don't worry, because you are the greatest clown!

A fine wine, a fine friend, a fine book,
a nice sex, a nice guy, a fine trip
and humor to make the life less painful and
to turn my tragedies into a divine comedy!

segunda-feira, março 13, 2006

Mr. Prozac,


Eu te quero, eu preciso de você agora! Leve-me à luz!

Da tortura de se estar viva


Viver tem se tornado uma tarefa cada vez mais cansativa. As forças estão se esvaindo, o desejo pela vida não existe em nenhuma parte e você sente que sangra, mas não sabe como estancar a ferida. Parafraseando Rimbaud - sinto que estou perdendo a vida por delicadeza!

sexta-feira, março 10, 2006

Alcoólicas


Alcoólicas
Hilda Hilst

É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
(Alcoólicas - I)

Também são cruas e duras as palavras e as caras
Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida
Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos
Vão se fazendo remansos, lentilhas d'água, diamantes
Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos
Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas
De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo
Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas
Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento
Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte
É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.
Sussurras: ah, a vida é líquida.
(Alcoólicas - II)

E bebendo, Vida, recusamos o sólido
O nodoso, a friez-armadilha
De algum rosto sóbrio, certa voz
Que se amplia, certo olhar que condena
O nosso olhar gasoso: então, bebendo?
E respondemos lassas lérias letícias
O lusco das lagartixas, o lustrino
Das quilhas, barcas, gaivotas, drenos
E afasta-se de nós o sólido de fechado cenho.
Rejubilam-se nossas coronárias. Rejubilo-me
Na noite navegada, e rio, rio, e remendo
Meu casaco rosso tecido de açucena.
Se dedutiva e líquida, a Vida é plena.
(Alcoólicas - IV)

Te amo, Vida, líquida esteira onde me deito
Romã baba alcaçuz, teu trançado rosado
Salpicado de negro, de doçuras e iras.
Te amo, Líquida, descendo escorrida
Pela víscera, e assim esquecendo
Fomes
País
O riso solto
A dentadura etérea
Bola
Miséria.
Bebendo, Vida, invento casa, comida
E um Mais que se agiganta, um Mais
Conquistando um fulcro potente na garganta
Um látego, uma chama, um canto. Amo-me.
Embriagada. Interdita. Ama-me. Sou menos
Quando não sou líquida.
(Alcoólicas - V)

Grandes descobertas que mudarão sua vida


Um dia, você se pega pensando nos tropeços do último ano e descobre que, para conseguir algo que supostamente julgou ser o caminho mais curto para a dita felicidade, foi necessário passar por cima de valores seus que aparentemente eram inabaláveis.

Durante a ruptura, é difícil enxergar o que está tentando fazer. Porém, mais uma vez, a distância permite uma visão mais geral dos acontecimentos e você consegue dimensionar tudo o que foi preciso fazer para conseguir sair de um lar que, apesar de acolhedor, fazia sentir-se extremamente oprimida. Nestes momentos, consegue-se entender perfeitamento o que levou Laura Brown a abandonar marido e filhos no filme, As Horas.

Então, você se pergunta se realmente era necessário tudo isso. E a resposta é óbvia -foi necessário, você precisou de tudo aquilo. Agora, tudo e todos que usou têm seus papéis definidos. Eles foram pontes que ajudaram na travessia para uma nova vida, bem diferente daquela que havia se acostumado a ter e que ainda luta com todas as forças para negá-la.

Você se acostuma, diz o analista! Será?

Freud explica: Ah, a humanidade! Segundo eu mesmo, cada indivíduo está exposto a uma espécie de policiamento, e tal alienação diante das regras inibe o desenvolvimento do ser humano. Como o instinto humano é, naturalmente, agressivo, ao se libertar desse sistema repressivo, a tendência é a destruição do meio em que vive. Não entenderam? Ai, que burros!

segunda-feira, março 06, 2006

Autodefesa é um saco!

Após uma separação e algumas questões mal resolvidas no meio do caminho, instintivamente começamos a nos defender e, quando nos damos conta, levamos um grande susto!

Não ter medo de se machucar, de gostar, de se entregar. Bonito discurso até a hora em que se pega sendo seca com uma pessoa que você queria muito simplesmente ser você mesma.

Autodefesa impede você de ser e sentir as coisas livremente, por outro lado, é um ótimo meio de evitar mais chagas e terríveis dores de coração, de alma, de pensamento. É melhor assim...

Freud com certeza explica isso!

Top Five - Grandes Invenções da Humanidade para um Dia Chuvoso

Para um dia chuvoso como este, no qual a última coisa que se quer fazer é trabalhar, seguem algumas dicas de como passar o tempo e enfrentar o tédio que abate as almas de pobres mortais que não possuem dinheiro para ir ao Caribe, mas, em compensação, possuem muito bom gosto, classe, estilo e glamour.

1) Vinho (Baco, obrigada por tudo!)

2) Pisco Sauer (Chilenos e peruanos, quanta sensibilidade!)

3) Prozac (Farmacêuticos, vocês são meus heróis!)

4) Alguns bons escritores (Dostoiévski, Kafka, Clarice Lispector, Machado de Assis, Pablo Neruda e Adélia Prado - com qualquer um deles estará muito bem acompanhado!)

5) Sexo (Deus, dizem por aqui que é pecado. Well, se assim for, espero que possa me encontrar no inferno, para salvar minha alma!)

Oda al Pisco Sauer

No ano passado, duas grandes descobertas foram Pablo Neruda e o Pisco Sauer. Em homenagem ao primeiro, uma singela ode à aguardente de uva chilena!

Oda al Pisco Sauer

El baja por mi boca
como si fuese uma llama
entre em mi estómago, va a mi cerebro
hasta llegar a mis sentidos

No veo nada
e el mudo gira
cada vez más rapido
y com más intensidad

Las palabras se confunden em mi cabeza
y mi paladar tiene cada vez mas ganas
de sentir su gusto fuerte y al mismo tiempo delicado

Es el Pisco Sauer
el que cambia
los sentidos mios!

domingo, março 05, 2006

O maravilhoso mundo dos farmacoterápicos!





Tudo bem, viajar é bom, mas você tem que se matar de trabalhar para conseguir fazer uma viagem decente. Na dúvida, tenha um tarja-preta ao seu alcance e seja feliz!

Dos benefícios de se viajar e filosofar...

Às vezes, viajar é apenas uma desculpa para poder ficar distante de tudo aquilo que nos faze sofrer. A volta é triste, penosa, difícil e inevitável.

Além de saber que todo aquele entusiasmo de estar em um lugar totalmente diferente, conhecendo pessoas diferentes, com possibilidades diferentes não é o mesmo de quando estamos em nossos lugares de origem, também temos que lidar com a volta para aquilo que te fez ir embora. Você não pode viajar o tempo todo. Ser um turista em tempo integral seria maravilhoso!

Porém, após o desespero do regresso, as coisas começam a se ajeitar surpreendentemente. Você fica mais calmo, mais tranqüilo, as boas lembranças tomam conta de seus dias e ajudam a superar tudo aquilo que julgamos não ter forças suficientes para combater.

A história de cada lugar, suas particularidades, a Casa Rosada, La Bombonera feia e encantadora, o alfajor Havana, o restaurante chinês kitch onde comeu a melhor comida, a noite maravilhosa de Buenos Aires, o galanteio e cordialidade do pintor de rua, o tango, as cantadas criativas dos portenhos, o show de tango, a sorte no cassino e o beijo estrangeiro num lugar completamente improvável!

Viajar para ficar longe dos problemas não resolve nada, mas consegue te dar toda a paz necessária que você precisa e vinha buscando para refletir e começar a fazer a coisa certa!

Conta no vermelho, mas a alma em paz e com a certeza de que, se você não consegue, ao menos tenta dar a si mesma uma vida com mais qualidade. Ela é curta e o que importa são as experiências que te fazem sentir viva e lhe darão uma relação tolerável com a nossa condição humana, a nossa finitude!

sexta-feira, março 03, 2006

Barbie





Leôncio era um garoto solitário. Certo dia, passando por uma roda de crianças vê, caída no chão, uma boneca Barbie. Foi amor à primeira vista.

"Meu Deus, ela é linda!" – pensou – "Rápido, precisa vir comigo." – disse isso levando a boneca para a casa.

No quarto, rolaram momentos intensos de carícia. Porém ela não reagiu.

"Amor, não entendo... Você é tão frígida... O que está acontecendo com a gente?"

Furioso, pois a boneca não respondera, disparou.

"Você não me ama mais? Está com outro? Sabe muito bem que se pego você com outro, eu te mato, te mando algumas flores e depois escapo."

Sem resposta e em um ato impulsivo, pegou sua amada e jogou pela janela. No mesmo instante se arrependeu e gritou.

"Nããããooo! É o fim, sou um monstro e devo morrer!"

Pegou uma caneta e cravou em sua jugular.

Morreu ao som triunfal de "Barbie Girl".

quarta-feira, março 01, 2006

Por una cabeza ...

Desde que vi o filme "Perfume de Mulher", quando tinhas uns 14 anos, tento descobrir qual o nome do tango que Al Pacino dança no restaurante - a melhor cena do filme para mim!

Anos depois, precisei estar em Buenos Aires para descobrir mais sobre tangos e sobre esta música em especial, composta por Carlos Gardes e Alfredo Le Pera. Em resumo, o cara sempre está a apenas "una cabeza" de conquistar algo, quando o perde! A letra está abaixo pra quem quiser entender melhor "por una cabeza, todas las locuras" que hacemos!

POR UNA CABEZA (1935 )
Carlos Gardel y Alfredo Le Pera

Por una cabeza de un noble potrillo
que justo en la raya afloja al llegar
y que al regresar parece decir:
No olvides, hermano, vos sabés, no hay que jugar...

Por una cabeza, metejón de un día,
de aquella coqueta y risueña mujer
que al jurar sonriendo, el amor que esta mintiendo
quema en una hoguera todo mi querer.

Por una cabeza
todas las locuras
su boca que besa
borra la tristeza, calma la amargura.

Por una cabeza
si ella me olvida qué importa perderme,
mil veces la vida
para que vivir...

Cuantos desengaños, por una cabeza,
yo juré mil veces no vuelvo a insistir
pero si un mirar me hiere al pasar,
su boca de fuego, otra vez, quiero besar.

Basta de carreras, se acabó la timba,
un final reñido yo no vuelvo a ver,
pero si algún pingo llega a ser fija el domingo,
yo me juego entero, qué le voy a hacer.